Da Redação
A ascensão meteórica de João Fonseca, de apenas 19 anos, segue impressionando o mundo do tênis. O carioca alcançou o 28º lugar no ranking da ATP, sua melhor posição até agora, após vencer o torneio ATP 500 de Basileia, na Suíça — um feito inédito para o jovem que vive sua primeira temporada completa como profissional.
A expectativa sobre Fonseca sempre foi alta. No início do ano, o italiano Jannik Sinner, atual número 2 do mundo, arriscou uma previsão ousada: disse que o brasileiro terminaria o ano entre os 25 melhores do circuito. O palpite que antes parecia exagerado, agora parece bem possível.
Hoje, às 8h30 (horário de Brasília), João estreia no Masters 1000 de Paris, contra o canadense Denis Shapovalov, com a confiança em alta e o olhar do circuito voltado para si.
De promessa a realidade
Com vitórias marcantes e desempenho consistente, Fonseca deixou de ser apenas uma revelação. Apesar das oscilações naturais de quem ainda está se adaptando ao ritmo intenso do circuito, o brasileiro mostra maturidade crescente dentro e fora da quadra.
A queda de rendimento em parte da temporada levantou dúvidas sobre sua preparação física e a continuidade da parceria com o treinador Guilherme Teixeira, mas João respondeu às críticas com resultados. Sua vitória em Basileia mostrou um tenista mais equilibrado — ainda agressivo, mas com melhor controle emocional.
O comentarista Sylvio Bastos, da ESPN Brasil, analisou a evolução técnica do jovem:
“O João passou a variar mais o saque e as devoluções, misturando giro, potência e direção. Ele está jogando com inteligência, escolhendo melhor o momento de atacar e de se defender.”
Mesmo eliminado nas duplas, Fonseca aproveitou as partidas na Suíça para aprimorar um ponto-chave: a devolução de saque. Essa melhora foi decisiva na vitória sobre o francês Giovanni Mpetshi Perricard, um dos melhores sacadores do circuito.
Estratégia e amadurecimento
O sucesso recente também é fruto de decisões estratégicas. Em outubro, João optou por abrir mão da gira asiática e do Masters 1000 de Xangai para priorizar descanso e treinos no Brasil. O período fora das quadras cobrou seu preço com uma derrota na volta às competições, mas o planejamento compensou — o título em Basileia veio logo depois.
“O calendário é pesado até para atletas mais experientes. Para um garoto de 19 anos, completar a primeira temporada inteira sem lesões já é um grande mérito”, pontua Sylvio Bastos.
Novos desafios pela frente
Agora, Fonseca encara um novo teste em Paris. Caso supere Shapovalov, ele pode enfrentar o russo Karen Khachanov (14º) na segunda rodada e, depois, o australiano Alex de Minaur (6º).
Mesmo com uma chave difícil, a pressão parece não incomodar o jovem. Sua evolução técnica e mental mostra que o Brasil volta a ter um nome sólido no circuito mundial — e que o futuro, para João Fonseca, está apenas começando.







