SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Um homem de 35 anos morreu após ser agredido por um segurança de uma adega e passar quase duas horas sem receber socorro em Guarulhos, na Grande São Paulo.

Paulo Vinícius dos Santos desmaiou após levar um soco na frente da adega Imperium Tapajos, no bairro Jardim Barbosa. A agressão aconteceu às 2h36 do dia 20 de outubro e foi gravada por câmeras de segurança. As imagens foram veiculadas pelo programa Fantástico, da TV Globo. Vinícius tinha passado a noite com amigos em um bar e foi até a adega para “esticar” a noite após amigos irem para casa.

Minutos após o desmaio, o agressor e uma terceira pessoa tiraram Vinícius do meio da rua e o levaram para uma área recuada da calçada, ainda desacordado. Para Caroline Martins dos Santos, irmã da vítima, isso atrapalhou o socorro do homem. “Além disso, tiraram os documentos dele, impedindo que ele fosse identificado, que ele pudesse ser socorrido”, afirmou à TV Globo.

O homem começou a reagir mais de uma hora após a agressão e conseguiu voltar à calçada, onde seguiu deitado no chão. Um homem que deixava a adega às 3h59 se deparou com Vinícius deitado no chão e ligou para o socorro.

Uma ambulância chegou ao local às 4h27 e socorreu Vinícius ao hospital como indigente, já que ele estava sem documentos. Um amigo que estava com ele antes da ida à adega ligou para o telefone de Vinícius e foi informado por uma enfermeira que ele estava internado com traumatismo craniano e sem identificação.

Vinícius foi encaminhado a um hospital particular e morreu na sexta-feira, após dias internado. Não há clareza sobre o que aconteceu dentro da adega. O caso é investigado pela Polícia Civil de São Paulo.

Agressor foi identificado pela Polícia Civil como David Ferreira e agora a polícia investiga se o homem também furtou os documentos de Vinícius. “Parece que o que está caído ali não é um ser humano, parece um saco de lixo”, afirmou o delegado Halisson Ideaio ao Fantástico.

Defesa de David não foi encontrada até o momento e a adega lamentou o ocorrido, mas não informou se afastou os funcionários envolvidos. Em nota enviada ao Fantástico, a empresa disse que “se coloca à disposição das autoridades competentes para a apuração rigorosa dos fatos”. O perfil da adega foi apagado das redes sociais. A reportagem buscou a companhia por mensagem e não teve retorno sobre o assunto.