Da Redação
A Polícia Federal emitiu um alerta nacional sobre um golpe que vem se espalhando em alta velocidade pelo WhatsApp e já atingiu milhares de brasileiros. O esquema utiliza arquivos compactados no formato ZIP — com nomes aparentemente inofensivos como “Comprovante de Pagamento”, “Nota Fiscal” ou “Currículo Atualizado” — para instalar um vírus no computador da vítima. Assim que o arquivo é aberto, o malware entra em ação e começa a se propagar automaticamente para todos os contatos do usuário.
De acordo com a Superintendência da PF em Goiás, o programa malicioso representa uma ameaça real à privacidade e à segurança digital, podendo roubar senhas, acessar contas bancárias e comprometer informações pessoais e corporativas. “É um golpe silencioso, que usa a confiança entre amigos e familiares para se espalhar. Basta um clique errado para comprometer todo um círculo de contatos”, explicou uma delegada da Divisão de Crimes Cibernéticos.
O vírus e sua forma de atuação
O especialista em segurança digital Victor Hugo Araújo explica que o malware atua de forma sorrateira. Assim que o usuário abre o arquivo ZIP, o programa se instala na memória do computador, sem deixar rastros visíveis. Em seguida, passa a usar o WhatsApp da vítima para enviar cópias de si mesmo para outros contatos, repetindo o ciclo de contaminação.
“Esses arquivos costumam ter nomes comuns, como ‘boleto.zip’ ou ‘contrato.zip’. O usuário pensa estar abrindo algo legítimo, mas, na verdade, está liberando o acesso de hackers ao seu sistema”, alerta Araújo.
Segundo ele, os criminosos podem capturar imagens, documentos e até dados bancários. Alguns desses vírus também permitem controle remoto do computador, possibilitando invasões mais complexas. Por isso, o especialista reforça: “Se o arquivo parecer suspeito ou fora de contexto, apague imediatamente. Nunca execute nada que não tenha solicitado”.
Como se proteger
A PF recomenda que os usuários desativem o download automático de mídias e documentos no WhatsApp, mantenham o antivírus atualizado e nunca abram links ou anexos suspeitos, mesmo quando enviados por contatos conhecidos. Também é importante verificar erros de português e mensagens com pedidos urgentes, que costumam ser sinais de tentativa de golpe.
Em caso de infecção, o ideal é procurar ajuda técnica o quanto antes, já que alguns antivírus não identificam malwares que operam apenas na memória do sistema.
Conscientização e prevenção
O alerta coincide com a campanha #OutubroCiberSeguro, promovida pela Anatel, que busca educar os brasileiros sobre fraudes digitais. A superintendente da agência, Suzana Silva Rodrigues, reforça a importância da atenção redobrada: “Golpistas estão cada vez mais sofisticados. Manter a vigilância é o primeiro passo para garantir um ambiente online seguro”.
As autoridades recomendam que vítimas ou pessoas que recebam mensagens suspeitas registrem boletim de ocorrência virtual, não respondam ao número falso e avisem familiares e amigos para evitar novas vítimas. O WhatsApp também dispõe de um canal oficial de denúncia, disponível no próprio aplicativo e pelo e-mail [email protected].
O recado da PF é direto: a tecnologia pode ser uma aliada — ou uma armadilha. A diferença está em um simples clique.







