A REDAÇÃO
Um ano após a morte de Cid Moreira, aos 97 anos, o espólio do jornalista segue em disputa judicial entre seus filhos, Roger e Rodrigo Moreira, e a viúva, Maria de Fátima Sampaio Moreira. Os herdeiros solicitaram ao Ministério Público do Rio de Janeiro a abertura de um novo inquérito contra Fátima, a quem acusam de ter se aproveitado da vulnerabilidade física e mental do pai para desviar valores que ultrapassariam R$ 500 milhões.
De acordo com a defesa dos filhos, a viúva teria cometido irregularidades envolvendo ocultação de bens, enriquecimento ilícito, omissão de renda e uso de terceiros — os chamados “laranjas” — para movimentações financeiras. Os advogados também citam possíveis crimes de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e transações imobiliárias suspeitas.
A nova ação rescisória, protocolada no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, busca revisar a decisão do processo de interdição de Cid Moreira, realizado em 2021. Na época, Roger e Rodrigo alegaram que o apresentador apresentava sinais de demência senil em estágio avançado, o que comprometia sua capacidade civil. O pedido foi rejeitado, e posteriormente o Ministério Público denunciou os filhos por “denunciação caluniosa”, apontando inconsistências nas acusações feitas contra Fátima.
Agora, os herdeiros sustentam que o caso foi “julgado apressadamente” e defendem a realização de uma perícia judicial indireta para comprovar que o pai não tinha condições de administrar sua vida no período das supostas transferências patrimoniais. Segundo o advogado Ângelo Carbone, que representa Roger e Rodrigo, a dilapidação dos bens pode ter alcançado cerca de R$ 1 bilhão.
Os documentos apresentados pelos filhos afirmam que Fátima teria afastado Cid de familiares e amigos, mantendo-o isolado e transferindo parte de seu patrimônio para o próprio nome. Procurada pela imprensa, a defesa de Maria de Fátima informou que ela não se manifestará sobre o caso neste momento.