SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Capitão Hunter é a alcunha do influenciador João Paulo Manoel, 45, que cria conteúdos para redes sociais sobre o universo Pokémon, franquia centrada em criaturas ficcionais que os humanos capturam e treinam para lutarem entre si.
Ele foi preso em Santo André, na Grande São Paulo, na manhã desta quarta-feira (22), pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, sob suspeita de estupro de vulnerável e produção de conteúdo pornográfico infantil. Agentes do 4º DP da cidade apoiaram a ação.
A Folha de S.Paulo entrou em contato com Manoel, mas não houve retorno. A reportagem não teve acesso à defesa dele.
Ele acumula 1 milhão de seguidores nas redes sociais, em especial no YouTube, onde o público, a maioria crianças e adolescentes, passa de 700 mil. Todos os seus conteúdos são voltados para o público infantil.
O influenciador participa de eventos, feiras e campeonatos no Brasil e no exterior, onde palestra sobre esse universo e mantém contato pessoal com os fãs.
Ele tem ainda a banda HunterRocks, com músicas que podem ser ouvidas em plataformas de streaming, e mantém uma loja de itens do universo Pokémon, como cartas e pastas.
Mais recentemente, ele fez dois shows em shoppings do Rio de Janeiro, em setembro, e outros dois em São Paulo, em outubro.
A prisão foi feita por agentes da DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima). Uma das vítimas, segundo a investigação, é uma menina de 13 anos que o teria conhecido em um evento realizado em um shopping, na zona norte do Rio de Janeiro. Depois disso, teriam passado a ter contato por meio de redes sociais, pois ele teria prometido aos pais dela que acompanharia e apoiaria sua trajetória no jogo.
“A vítima relatou que o homem passou a pedir conteúdos de cunho sexual, como fotos íntimas, oferecendo produtos da franquia. O homem também enviou diversas fotos inapropriadas dele para a menina”, afirmou a polícia.
“Em conversas gravadas por ela, nas redes sociais, foi possível confirmar a conduta do influenciador. O mesmo homem teria abordado da mesma maneira um menino de 11 anos”, acrescentou a polícia.
Foram cumpridos mandado pelos crimes de estupro de vulnerável e produção de conteúdo pornográfico infantil, diz a polícia.
Estupro de vulnerável é a prática de conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso contra menores de 14 anos, quando a vítima não tem discernimento ou não tem possibilidade de resistência.
Os agentes também cumpriram mandados de busca e apreensão e realizaram quebra de sigilo de dados. Todos os aparelhos eletrônicos apreendidos serão periciados.