SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Uma mulher de 45 anos morreu após ser espancada no meio da rua pelo namorado, que foi preso em flagrante por feminicídio em Belo Horizonte.

Crime aconteceu às 14h30 em uma rua movimentada do bairro de Venda Nova. Christina Maciel Oliveira caminhava pela rua Padre Pedro Pinto quando foi espancada por Matheus Henrique Rodrigues, 24, na segunda-feira.

Uma câmera de segurança gravou o espancamento. Nas imagens, é possível ver que Christina cai no chão ao levar socos de Matheus, que continua chutando-a na cabeça por dez segundos.

O Samu foi acionado e prestou os primeiros socorros à mulher, que morreu durante o atendimento. As informações são da Polícia Militar, que também foi acionada para a ocorrência.

Quando a polícia chegou ao local do crime, encontrou Matheus, que não ofereceu resistência à prisão. Ele confessou o crime aos policiais e foi preso em flagrante.

O homem disse que Christina queria acabar o relacionamento e pediu que ele saísse de casa. Segundo ele, a agressão aconteceu porque eles “tinham projetos juntos” e ele achou o término “uma sacanagem”.

Matheus teve prisão em flagrante convertida em preventiva e ficará preso em uma cela isolada. O juiz responsável pela audiência de custódia justificou a “extrema gravidade” do crime e a reincidência do homem para manter a prisão. Durante a audiência, Matheus disse que “é dependente químico e sofre de transtorno de ansiedade e nervosismo”. A Defensoria Pública afirmou que se manifesta apenas nos autos para não prejudicar o curso do processo.

Christina, que era uma mulher trans, trabalhava na Insea, uma ONG que ajuda pessoas em situação de exclusão. Em publicação nas redes sociais, a organização lamentou a morte. “É doloroso perder alguém que fez tanto por quem mais precisava”, afirmou, em nota.

EM CASO DE VIOLÊNCIA, DENUNCIE

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.