RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Animais mortos e outros em situação de maus-tratos foram encontrados nesta terça-feira (21) em uma ONG que abrigava espécies silvestres e domésticas em Armação dos Búzios, na região dos lagos do Rio de Janeiro. Ao todo, 93 animais foram resgatados.
A proprietária do Instituto Larissa Saruê, suspeita de manter um cativeiro irregular e atuar sem licenças ambientais, foi presa em flagrante.
A reportagem tentou contato com o instituto, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.
A operação foi conduzida pelo Ministério Público estadual em conjunto com o Inea (Instituto Estadual do Ambiente), o Ibama e a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente.
De acordo com o Ministério Público, o local era alvo de investigação após denúncias de maus-tratos e de funcionamento irregular. Na ação desta terça, os agentes constataram acúmulo de sujeira, falta de ventilação e de higiene, além da presença de animais mortos em meio a outros mantidos sem alimentação, iluminação ou aquecimento adequados. As condições insalubres, segundo o órgão, também representavam risco sanitário para os próprios moradores do imóvel.
Entre as espécies resgatadas estavam aves ameaçadas de extinção, como dois papagaios-chauás. Todos os animais apreendidos foram encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres e ao Instituto BW, onde passarão por avaliação veterinária e cuidados especializados.
A Promotoria de Justiça de Armação dos Búzios relatou à Justiça que o instituto realizava ações de recolhimento e soltura de animais sem autorização dos órgãos competentes, além de exibi-los em palestras e salas de aula em condições inadequadas.
Em agosto de 2024, o Inea já havia feito uma vistoria no mesmo endereço e constatado irregularidades semelhantes, incluindo cativeiro ilegal e falta de água e alimentação adequadas. Na época, 38 animais foram apreendidos e o local chegou a ser interditado.
Nesta nova operação, o Inea voltou a autuar o empreendimento por descumprimento de embargo, cativeiro ilegal e maus-tratos. O órgão também informou que vai enviar ofício às prefeituras fluminenses para coibir o encaminhamento de animais silvestres a locais sem registro de recebimento e tratamento adequados.
As autoridades orientam que denúncias podem ser feitas ao canal Linha Verde pelos telefones 2253-1177 (capital), 0300 253 1177 (interior) ou pelo aplicativo Disque Denúncia Rio, com possibilidade de envio de fotos e vídeos.