SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O desembargador Geraldo Wohlers, do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), negou recurso apresentado pelo MP-SP para que a viúva de Igor Peretto voltasse à prisão e fosse a júri popular. O empresário foi morto a facadas em Praia Grande em agosto.
Circunstâncias não autorizam concessão do pedido, argumentou desembargador. Segundo o magistrado, esse tipo de pedido, uma cautelar inominada criminal, só é atendido em situações excepcionais. A decisão foi assinada na última sexta-feira e publicada nesta segunda-feira (20).
Juiz de 1ª instância invadiu competência dos jurados, segundo o promotor Rafael Vida. Para ele, cabe ao Tribunal do Júri, e não ao juiz singular, decidir sobre o grau de participação da acusada.
Recurso do MP-SP também rebatia o argumento do juiz de que não há indícios suficientes contra Rafaela. O promotor cita Rafaela atraiu a vítima ao local do crime, que houve comunicação constante com os outros envolvidos durante e que após o homicídio, houve uma fuga conjunta e adulteração de provas do celular dela.
Decisão que soltou Rafaela manteve Mario Vitorino e Marcelly Peretto presos. O juiz determinou que eles fossem a júri popular.
ENTENDA O CASO
Igor Peretto foi morto a facadas em 31 de agosto de 2024. Os golpes, aproximadamente 40, foram desferidos por Mario no apartamento de Marcelly.
Investigações apontam a descoberta de traição como motivação para assassinato. A irmã da vítima, Marcelly, estaria tendo um caso com Rafaela, esposa de Igor. Rafaela, por sua vez, também vivia um relacionamento amoroso com Mario, casado com Marcelly.
Réus também miravam vantagem financeira. Em julho, o Ministério Público pediu que os acusados fossem a júri popular e disse que existem indícios no caso de que, com a morte de Igor, Mario assumiria o controle da empresa que administrava com a vítima, Rafaela herdaria os bens dele, já que eram casados, e Marcelly, ao se relacionar com ambos, também seria beneficiada com os ganhos.
MP entendeu que, juntos, os três premeditaram o crime por verem Igor como um empecilho. Vítima descobriu caso momentos antes de crime, por meio de uma ligação de Rafaela a Mario, quando os dois homens estavam no mesmo carro após saírem de uma festa.