SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma instabilidade no sistema de sinalização provocou falha no funcionamento da linha 4-amarela de metrô, operada pela ViaQuatro, na manhã desta terça-feira (21), em São Paulo. A linha operou com velocidade reduzida e maior tempo de parada entre as estações.

O problema começou no início das operações, às 4h40 e só foi solucionado às 11h30. Toda a linha foi afetada pela pane. “A ViaQuatro informa que a operação da linha 4-Amarela foi normalizada às 11h30, com velocidade e intervalos regulares para o período”, afirmou.

A ViaQuatro disse que lamenta profundamente o transtorno causado pela instabilidade registrada no sistema de sinalização da linha.

A linha chegou a ficar paralisada nessa terça. O tempo de intervalo entre os trens chegou a cerca de 15 minutos–quando o normal é próximo de 2 minutos no horário de pico.

Ônibus da operação Paese (Plano de Atendimento entre Empresas em Situação de Emergência) foram acionados, mas passageiros reclamaram da falta de informações sobre onde podia ser feito o embarque nos veículos. Os coletivos acionados não deram conta da demanda de passageiros e saíram muito cheios. Segundo a empresa, inicialmente foram enviados 24 ônibus nas primeiras horas. Depois, outros dez foram acrescentados, totalizando 34.

O caos no transporte coletivo refletiu no trânsito da capital paulista. Às 9h, por exemplo, foram registrados 646 km de congestionamento nas ruas de São Paulo, acima do normal para o horário.

As transferências entre a linha 4 para as demais linhas do sistema metroferroviário ficaram temporariamente fechadas nas estações Paulista-Pernambucanas, República, Luz e Pinheiros. Segundo a concessionária ViaQuatro, a medida foi tomada para garantir a segurança dos passageiros e melhor controle do fluxo.

O fechamento agravou o caos no transporte público na manhã desta terça. Estações das demais linhas de metrô ficaram abarrotadas. Algumas delas controlaram o fluxo de passageiros na entrada para evitar superlotação nas plataformas.

Nas estações em que os passageiros desembarcaram e se depararam com a conexão com a linha 4-amarela fechada, muitos tentaram embarcar em ônibus do transporte municipal, lotando os coletivos. Eles reclamaram da falta de informação sobre a falha e as alternativas para continuar a viagem.

Houve aglomeração de passageiros nos pontos de ônibus da praça da República e nas proximidades da estação da Luz, na região central, na avenida Paulista e no largo da Batata. Na Luz, por exemplo, houve longas filas para entrar nos ônibus. Policiais militares estavam no local e acompanharam a movimentação.

O mecânico de manutenção Antônio da Guia, 54, estava convicto de que finalmente iria embarcar no ônibus que o levaria à região da Vila Sônia, entre as zonas oeste e sul da capital paulista. Mas ainda havia umas 30 pessoas na sua frente até a porta dianteira do coletivo sanfonado.

Da Guia tinha um serviço marcado para às 9h, mas quando viu o caos pela TV na estação da Luz, avisou ao cliente que iria atrasar. Saiu mais tarde de casa na esperança que o caos havia diminuído.

“Até pensei que estaria pior”, afirmou ele, que havia entrado na fila cerca de 20 minutos antes.

Por volta das 8h40 havia fila na calçada da estação, que fazia ao menos três voltas em um ziguezague controlado, mas sem tumulto.

A reportagem precisou esperar cerca de 15 minutos até que aparecesse o primeiro ônibus do sistema Paese, o que embarcaria o mecânico de manutenção.

Um segurança com megafone pedia para as pessoas manterem o controle e avisava que aquele coletivo iria parar em todas as estações da linha 4-amarela do metrô.

Assim como a balconista Maria Elisa Sousa, 23, muitos passageiros faziam ligações de vídeo com celular para avisar que iriam chegar atrasados ao trabalho.

“Não sabia que estava esse caos. Poderiam ter avisado já no trem. Tomei um susto quando desci na estação”, afirmou.

No interior da Luz o clima era de rotina por volta das 9h, com o entra e sai dos trens fora do horário de pico.

O problema era a aglomeração na calçada à espera dos ônibus do Paese. A reportagem viu dois seguranças com colete amarelo da concessionária ViaQuatro, além de funcionários da SPTrans, estatal da prefeitura que gerencia o transporte coletivo municipal–esses tentavam organizar a chegada e saída dos ônibus.

A ViaQuatro afirmou que reforçou as orientações aos passageiros, com avisos sonoros, megafones e atendimento presencial nas estações durante a falha e que mais de 100 profissionais das áreas de controle, manutenção e operação foram mobilizados desde as primeiras horas da manhã para resolver o problema o mais rápido possível.