SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma instabilidade no sistema de sinalização provoca falha no funcionamento da linha 4-amarela de metrô, operada pela ViaQuatro, na manhã desta terça-feira (21), em São Paulo. A linha opera com velocidade reduzida e maior tempo de parada entre as estações.

O problema começou no início das operações, às 4h40. Toda a linha é afetada pela pane e não há previsão de restabelecimento da circulação de trens na velocidade habitual.

A ViaQuatro diz que lamenta profundamente o transtorno causado pela instabilidade registrada no sistema de sinalização da linha. “Para garantir a segurança da operação, a concessionária reduziu a velocidade dos trens, o que ocasiona maiores intervalos entre as estações Luz e Vila Sônia–Prof.ª Elisabeth Tenreiro”, afirma.

A linha chegou a ficar paralisada nessa terça. O tempo de intervalo entre os trens é de cerca de 15 minutos no momento–quando o normal é próximo de 2 minutos no horário de pico.

Ônibus da operação Paese (Plano de Atendimento entre Empresas em Situação de Emergência) foram acionados, mas passageiros reclamam da falta de informações sobre onde pode ser feito o embarque nos veículos. Os coletivos acionados não estão dando conta da demanda de passageiros e estão saindo muito cheios. Segundo a empresa, inicialmente foram enviados 24 ônibus nas primeiras horas. Depois, outros dez foram acrescentados, totalizando 34.

O caos no transporte coletivo refletiu no trânsito da capital paulista. Às 9h, por exemplo, foram registrados 646 km de congestionamento nas ruas de São Paulo, acima do normal para o horário.

As transferências entre a linha 4 para as demais linhas do sistema metroferroviário estão temporariamente fechadas nas estações Paulista-Pernambucanas, República, Luz e Pinheiros. Segundo a concessionária ViaQuatro, a medida foi tomada para garantir a segurança dos passageiros e melhor controle do fluxo.

O fechamento agravou o caos no transporte público na manhã desta terça. Estações das demais linhas de metrô estão abarrotadas. Algumas delas estão controlando o fluxo de passageiros na entrada para evitar super lotação nas plataformas.

Nas estações em que os passageiros desembarcam e se deparam com a conexão com a linha 4-amarela fechada, muitos tentam embarcar em ônibus do transporte municipal, lotando os coletivos. Eles reclamam da falta de informação sobre a falha e as alternativas para continuar a viagem.

Há aglomeração de passageiros nos pontos de ônibus da praça da República e nas proximidades da estação da Luz, na região central, na avenida Paulista e no largo da Batata. Na Luz, por exemplo, há longas filas para entrar nos ônibus. Policiais militares estão no local e acompanham a movimentação.

O mecânico de manutenção Antônio da Guia, 54, estava convicto de que finalmente iria embarcar no ônibus que o levaria à região da Vila Sônia, entre as zonas oeste e sul da capital paulista. Mas ainda havia umas 30 pessoas na sua frente até a porta dianteira do coletivo sanfonado.

Da Guia tinha um serviço marcado para às 9h, mas quando viu o caos pela TV na estação da Luz, avisou ao cliente que iria atrasar. Saiu mais tarde de casa na esperança que o caos havia diminuído.

“Até pensei que estaria pior”, afirmou ele, que havia entrado na fila cerca de 20 minutos antes.

Por volta das 8h40 havia fila na calçada da estação, que fazia ao menos três voltas em um ziguezague controlado, mas sem tumulto.

A reportagem precisou esperar cerca de 15 minutos até que aparecesse o primeiro ônibus do sistema Paese, o que embarcaria o mecânico de manutenção.

Um segurança com megafone pedia para as pessoas manterem o controle e avisava que aquele coletivo iria parar em todas as estações da linha 4-amarela do metrô.

Assim como a balconista Maria Elisa Sousa, 23, muitos passageiros faziam ligações de vídeo com celular para avisar que iriam chegar atrasados ao trabalho.

“Não sabia que estava esse caos. Poderiam ter avisado já no trem. Tomei um susto quando desci na estação”, afirmou.

No interior da Luz o clima era de rotina por volta das 9h, com o entra e sai dos trens fora do horário de pico.

O problema era a aglomeração na calçada à espera dos ônibus do Paese. A reportagem viu dois seguranças com colete amarelo da concessionária ViaQuatro, além de funcionários da SPTrans, estatal da prefeitura que gerencia o transporte coletivo municipal–esses tentavam organizar a chegada e saída dos ônibus.

“A ViaQuatro está reforçando as orientações aos passageiros, com avisos sonoros, megafones e atendimento presencial nas estações. A concessionária segue com todos os esforços concentrados para restabelecer a operação o quanto antes”, diz.

A ViaQuatro afirma que mais de 100 profissionais das áreas de controle, manutenção e operação estão mobilizados desde as primeiras horas da manhã para resolver o problema o mais rápido possível.