Da Redação
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu nesta segunda-feira (20) um novo aumento na proporção de etanol anidro misturado à gasolina, passando dos atuais 30% para 35%. A proposta foi apresentada durante a 25ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, em São Paulo, e, segundo ele, tem o objetivo de fortalecer a indústria de biocombustíveis e impulsionar a transição energética no país.
“Vamos trabalhar para que o Brasil avance rumo a uma matriz energética cada vez mais sustentável. Aumentar o percentual do etanol é um passo importante nesse caminho”, afirmou Motta durante o evento.
O parlamentar destacou ainda que o Congresso deverá analisar nas próximas semanas os vetos presidenciais à Nova Lei de Licenciamento Ambiental, tema considerado crucial para o setor sucroenergético e para a expansão das fontes renováveis de energia.
Atualmente, a legislação prevê que o combustível vendido nos postos contenha 30% de etanol misturado à gasolina, proporção que foi ampliada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) no início do ano — antes, o limite era de 27%. Motta defende que o novo patamar de 35% seja uma evolução natural da política de sustentabilidade já em curso no país.
Debate sobre o etanol ganha tom político
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também participou do evento e afirmou que o etanol deve ser tratado como um ativo estratégico nacional, criticando possíveis negociações para usar o biocombustível como “moeda de troca” em acordos comerciais com os Estados Unidos.
O debate foi reacendido após o presidente norte-americano Donald Trump reclamar das tarifas cobradas pelo Brasil sobre o etanol importado. Em resposta, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) divulgou nota defendendo a manutenção da tarifa de 18% e reforçando que o etanol é uma questão de soberania energética.
O governo dos EUA, por sua vez, incluiu o biocombustível brasileiro no “Plano Justo e Recíproco”, documento que fundamenta a adoção de novas tarifas comerciais.