PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – Pesquisadores da UEPB (Universidade Estadual da Paraíba) desenvolveram um canudo que pode detectar a presença de metanol em uma bebida.

O canudo é impregnado com uma substância reagente que muda de cor ao entrar em contato com o metanol.

O desenvolvimento do canudo conta com a parceria do Laboratório de Instrumentação Industrial da UEPB. Segundo os pesquisadores, os testes indicaram uma chance de acerto de 97%.

De acordo com o professor de química da UEPB Railson Oliveira, o projeto proporciona uma solução rápida com um kit de baixo custo para verificação rápida, em meio à alta nas notificações de intoxicação por metanol no país. “Essa identificação é qualitativa. Ela não diz quanto tem de metanol, apenas se ele está presente ou ausente”, disse.

O protótipo de canudo criado pelos pesquisadores está em processo de patenteamento no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). Segundo o pesquisador Félix Brito, que também está envolvido no proje, duas empresas já demonstraram interesse em fabricar o produto.

No começo do mês, uma comitiva liderada pela reitora da UEPB Célia Regina se reuniu com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), e com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), para apresentar o projeto, dentre outras iniciativas da universidade.

A produção do canudo é uma nova etapa em uma pesquisa que acontece desde 2023, desde antes da crise das bebidas adulteradas, no Departamento de Química e do Programa de Pós-graduação em Química da UEPB.

Esse primeiro projeto consiste no uso de luz infravermelha para verificar se uma bebida foi adulterada, mesmo sem abrir a garrafa. A luz altera o movimento das moléculas presentes no líquido, e as vibrações são registradas por e interpretadas por um software. O sistema identifica a presença de metanol, assim como etanol veicular e água adicionada para diluição.