SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O advogado Raul Rodrigues Costa Lages, réu pelo homicídio qualificado da namorada, Carolina da Cunha Pereira França Magalhães, 40, vai a júri popular, decidiu nesta segunda-feira (20) a Justiça de Minas Gerais.
Acusado poderá recorrer da sentença em liberdade. Ainda não há data para o júri ser realizado.
Raul Rodrigues Costa Lages se tornou réu por homicídio qualificado mais de dois anos após o crime. Ele é acusado de ter atirado a namorada do 8º andar de um prédio em junho de 2022.
Morte de Carolina foi inicialmente tratada como suicídio. Mas investigações da Polícia Civil de Minas Gerais apontaram a possibilidade de ela ter sido assassinada pelo próprio namorado.
Imagens de câmeras de segurança mudaram rumo das investigações. Os vídeos mostram que o réu poderia estar dentro do apartamento na hora do crime. Em depoimento, no entanto, ele havia afirmado que estava no elevador e ouviu um “forte barulho”, que achou ser uma batida de trânsito mas era da queda de Carolina.
Raul Lages alega inocência. Em agosto deste ano, ele prestou um novo depoimento por videoconferência e voltou a negar a autoria do crime. A defesa dele disse que vai apresentar provas de que ele é inocente.
Para polícia, o advogado agrediu a namorada dentro do apartamento. Depois disso, ao perceber que ela estava desacordada, Lages teria jogado o corpo da mulher pela varanda. O casal tinha uma relação conturbada.
Imagens mostram que Raul ficou poucos segundos ao lado do corpo e saiu apressado em direção ao carro. Ele deixa o prédio logo após ser avisado sobre a queda pelo porteiro, caminha até o carro, sai com o veículo, mas para em frente ao edifício minutos depois, assim que uma viatura do Samu chega ao local.
Ao voltar para o prédio, Raul aparenta desespero ao lado dos socorristas. Ele mexe no telefone, anda de um lado para o outro e se senta com as mãos na cabeça.
Filhos de Carolina chegaram ao prédio pouco após a chegada do Samu. Os dois tinham saído do apartamento pouco antes de a mãe cair.
Para a família da advogada, a movimentação de Raul sinaliza uma tentativa de fuga. “Ele vai em direção ao carro, guarda mochila e sacolas no porta-malas, arranca o carro e no momento em que as luzes do giroflex do Samu despontam na esquina ele para, sai correndo e entra no prédio antes do Samu”, afirmou o irmão, Demian Magalhães, ao UOL.
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EM CASO DE VIOLÊNCIA, DENUNCIE
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 Central de Atendimento à Mulher e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.