Da Redação

Os Estados Unidos viveram neste sábado (19) um dos maiores dias de mobilização popular dos últimos anos. Mais de 2.600 protestos do movimento “No Kings” (“Sem Reis”) ocorreram em todo o país, com milhões de pessoas nas ruas para denunciar o que chamam de “deriva autoritária” do governo do presidente Donald Trump.

Em Nova York, a Times Square se transformou em um mar de cartazes e vozes: segundo a polícia local, mais de 100 mil pessoas participaram do ato pacífico. A multidão ecoava palavras de ordem como “Democracia, não ditadura” e “Nenhum homem acima da lei”.

Os organizadores afirmam que o movimento nasceu como reação à série de políticas recentes de Trump, vistas como um ataque às liberdades civis. Entre as medidas criticadas estão o endurecimento das leis migratórias, o enfraquecimento da máquina pública e os cortes de verbas a universidades acusadas de promover “agendas ideológicas”, especialmente as ligadas a movimentos pró-palestinos, diversidade racial e direitos LGBTQIA+.

“Trump está conduzindo os Estados Unidos para um modelo de governo que se aproxima de uma autocracia”, afirmou o grupo Indivisible, uma das principais frentes por trás das manifestações.

Além de Nova York, Chicago e Portland também reuniram grandes multidões. Na cidade de Oregon, cerca de 40 mil pessoas transformaram o protesto em um ato performático, com bandas e desfiles em tom de carnaval. Já em Chicago, cem mil manifestantes marcharam do Grant Park até a Trump Tower, onde gritaram palavras de ordem contra o presidente.

Segundo estimativas da pesquisadora Dana Fisher, da American University, o total de participantes em todo o país pode ter ultrapassado 3 milhões de pessoas — um número que coloca os protestos “No Kings” entre os maiores atos políticos da história recente dos EUA.

“Não temos reis. É nosso dever lembrar que a democracia americana pertence ao povo”, declarou a ativista Leah Greenberg, cofundadora do Indivisible.

As manifestações foram pacíficas em quase todas as cidades, sem registros relevantes de prisões ou confrontos. Ainda assim, o recado das ruas foi uníssono: milhões de americanos estão dispostos a resistir a qualquer tentativa de concentrar o poder nas mãos de um só homem.