SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Museu do Louvre, que foi alvo de um assalto à luz do dia no domingo (19), permanecerá fechado para visitantes nesta segunda-feira (20). O edifício em Paris foi evacuado logo após o roubo de nove peças do acervo e não voltou a receber mais turistas.
A instituição, que estava prevista para abrir nesta segunda, publicou uma tarja vermelha no seu site com a atualização.
“Após o roubo ocorrido ontem no Louvre, o museu lamenta informar que permanecerá fechado ao público hoje. Os visitantes que já adquiriram ingressos receberão o reembolso automaticamente”, diz o aviso.
O ministro da Justiça, Gérald Darmanin, disse nesta segunda-feira que o governo falhou, e políticos da oposição criticaram o governo por aquilo que classificaram como uma humilhação nacional.
“O que é certo é que falhamos”, disse Darmanin à rádio France Inter, afirmando que o assalto deu uma imagem “negativa” e “deplorável” da França. “O povo francês sente que foi roubado.”
Ao menos 60 investigadores da polícia francesa tentam localizar os ladrões das joias. Os investigadores trabalham com a hipótese de que um grupo do crime organizado planejou e executou o assalto, que ganhou repercussão mundial.
Funcionários dos ministérios da Cultura e do Interior realizaram uma reunião de emergência nesta segunda-feira para discutir a segurança do Louvre, segundo autoridades.
O roubo ocorreu às 9h30 locais (4h30 em Brasília) de domingo, meia hora depois da abertura, e chocou turistas que precisaram deixar o local às pressas. Turistas postaram nas redes sociais vídeos mostrando a confusão gerada pelo fechamento do prédio.
Segundo o governo francês, quatro assaltantes utilizaram um elevador de carga e uma minisserra elétrica para cometer o crime, em uma ação que durou apenas sete minutos. Os criminosos fugiram de scooter, que já foi localizada.
O acervo levado incluía peças que pertenceram à imperatriz Maria Luísa, esposa de Napoleão Bonaparte, além de joias de Hortênsia, enteada do imperador e rainha da Holanda, e de Maria Amélia, esposa do rei Luís Felipe e última rainha da França.
De acordo com o Ministério do Interior francês, foram levados um colar, um par de brincos, um conjunto de colar e brincos e um broche, joias “de um valor inestimável”. A coroa da imperatriz Eugênia, esposa de Napoleão 3º, com esmeraldas e 1.300 diamantes, já foi recuperada, embora danificada, nas imediações do museu.
Museu mais frequentado da França, o Louvre recebe cerca de 9 milhões de visitantes por ano.
O presidente Emmanuel Macron havia anunciado, em janeiro, uma reforma estrutural do Louvre até 2031, com nova entrada e reorganização das salas para reduzir o fluxo de visitantes. O crime reacendeu críticas da oposição. O líder da ultradireita Jordan Bardella classificou o roubo de “uma insuportável humilhação para o país”.
O parlamentar François-Xavier Bellamy, do partido conservador Os Republicanos, classificou o caso como “um sintoma de um país que não consegue proteger seu patrimônio”.
No mês passado, dois museus importantes da França sofreram assaltos milionários. Pepitas de ouro foram levadas do Museu Nacional de História Natural de Paris, e porcelanas chinesas estimadas em milhões de euros desapareceram de um museu de Limoges.