SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As recém-iniciadas obras na estação Pinheiros, da linha 4-amarela do metrô de São Paulo, prometem mudar por completo a parada do bairro da zona oeste paulistana.
O projeto, orçado em R$ 35 milhões, além de reformas estruturais, como em banheiros, prevê uma área comercial de 553 m² com lojas e prestadores de serviço distribuídos pela estação, e a construção de uma espécie de lounge com café e local de convivência externa.
As obras, que já tiveram início e têm estimativa de ficarem prontas em agosto de 2026, fazem parte de um projeto-piloto que no futuro pode ser replicado para outras estações da linha. Mas é fato que a Pinheiros deve destoar das demais.
Segundo Mauricio Tortosa, diretor de Experiência do Cliente da Motiva, empresa do antigo grupo CCR, da qual faz parte a ViaQuatro, responsável pela concessão do ramal ferroviário, para realização do projeto foi contratado o escritório Nitsche Arquitetos.
Ele contempla melhorias estruturais e visuais em toda a estação, com iluminação em LED de alta eficiência e padronização das áreas comerciais.
Entre os diferenciais está o uso de materiais sustentáveis, como a madeira laminada colada proveniente de reflorestamento nas novas lojas e quiosques.
“O laminado colorido segue um degradê que combina as cores das linhas 9-esmeralda [de trem metropolitano] e 4-amarela [que se cruzam na estação], além de outras tonalidades”, diz a concessionária, em nota.
O projeto luminotécnico, segundo a empresa, foi desenvolvido pelo mesmo escritório responsável pela iluminação do Instituto Moreira Salles da avenida Paulista e do Museu do Ipiranga.
A Motiva contratou um instituto de pesquisa para ouvir 800 usuários que usam a estação, de forma online –em média, 106 mil pessoas passam por dia pelo local.
Passageiros também foram levados para uma sala, onde assistiram a vídeos, viram detalhes do projeto conceitual de arquitetura e deram opiniões.
Foram identificados nove pontos de melhorias, sendo que quatro acabaram adotados e três ajustados a partir das opiniões dos usuários da estação.
A pesquisa questionou as prioridades do cotidiano dos passageiros e qual tipo de instalação, além de marcas, gostariam de ter na estação. Para 71% dos que fizeram sugestões, a prioridade é inclusão de postos de serviços, como Poupatempo. Outros pedidos foram atendimento de saúde (médicos, exames e dentistas), supermercado, escolas (cursos profissionalizantes), petshops e saúde, como acabemias, e salões de beleza.
“As pessoas responderam que tempo é uma das principais prioridades, por isso essas escolhas”, afirma Tortosa.
Atualmente, o departamento comercial da empresa está em fase de negociação e definição de contratos com comerciantes e prestadores de serviços. Mas a estação deverá contar com academia de ginástica e lojas, inclusive, há possibilidade de se ter marca âncora. Os nomes ainda não foram divulgados.
Ao todo, a estação tem capacidade de instalação de até 22 pontos comerciais, entre lojas e quiosques, mas esse número pode variar, pois o futuro parceiro pode emendar mais de um boxe.
A Motiva ainda se inspirou na prestação de serviços de estações de metrô japonesas e europeias para refinar o projeto.
Os atuais comerciantes da Pinheiros estão sendo chamados para negociação sobre a nova padronização.
O investimento é todo da concessionária, apesar de o governo estadual estar sendo consultado sobre a reforma.
De acordo com o executivo, melhorar o conforto é uma forma de atrair usuários a um transporte público como o metrô.
“Pinheiros é icônica, que reflete o ritmo da cidade, e São Paulo é uma metrópole que comporta esse tipo de negócio”, afirma.
Para que as obras não provoquem impacto no ritmo do local, sistemas de iluminação e revestimento estão sendo feitos fora da estação e, quando prontos, são instalados durante a madrugada, com a parada fechada ao público.
“O passageiro se surpreende com a mudança de um dia para o outro”, afirma Leandro Silva de Almeida, gerente de empreendimentos da plataforma de Trilhos. A reformas nas áreas públicas devem ser concluídas em janeiro.
A estação Pinheiros completa 15 anos em 2026. Mais de 2,5 bilhões de pessoas foram transportados pela linha desde o início da concessão, em 2010.
SERVIÇOS E COMÉRCIOS PEDIDOS POR USUÁRIOS PARA A ESTAÇÃO
– 71% serviços públicos e documentação (poupatempo, Detran, lotéricas, Correios e despachantes)
– 52% saúde (consultório médico, exames e análises clínicas, dentista ou ótica)
– 41% serviços gerais (espaço para coworking, sapataria, costura, supermercado e delivery de ecommerce)
– 40% educação (escola, curso técnico, curso de idiomas ou universidade)
– 14% serviços para animais de estimação (petshop)
– 13% serviços de bem-estar e estética (academia ouy serviços de estética e beleza)
– 10% serviços financeiros (banco e crédito)
Fonte: Pesquisa Atlasinte