SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com o objetivo de dar uma pausa no caos diário e priorizar a saúde mental e o bem-estar, a Virada Zen chega à capital paulista a partir deste fim de semana com cerca de 600 atividades gratuitas espalhadas em diferentes pontos da cidade.

Mariana Amaral, idealizadora do festival, diz que o projeto tem a visão de que a saúde não é apenas remediar, mas encontrar caminhos para viver bem. “A gente pensou na virada como uma caixa de ferramentas onde a pessoa vai encontrar várias formas para ela poder se tratar bem, se libertar do estresse, do burnout, entre outras coisas.”

Um levantamento do Datafolha em 2024 mostra que 7% da população brasileira aponta a sua saúde mental como ruim ou péssima, e 10% se sente triste, deprimido e sem esperança. A psicóloga Larissa Fonseca diz que o modo de viver imerso em estímulos digitais é responsável pela anestesia emocional e exaustão mental.

“A saúde mental nasce das relações que cultivamos, da conexão com o que faz sentido. O encontro real, a troca genuína, olhar são antídotos para essa exaustão”, diz. As ações oferecidas pelo evento, como por exemplo ioga, meditação, diferentes formas de terapias, shows e palestras são uma forma de oferecer a conexão.

Normalmente são atividades que não estão acessíveis a todos, afirma Amaral, e a Virada Zen visa democratizar esse acesso. “A gente quer levar conhecimento para a prevenção da saúde, para que a gente possa conhecer caminhos para se tratar bem”, diz.

O médico Roberto Shinyashiki, conselheiro do evento, aponta que a proposta de oferecer as atividades é ir na contramão da normalização da angústia, do estresse e da medicalização em saúde mental. “Para mim, o grande marco da Virada Zen é lembrar as pessoas que não é normal uma vida de ansiedade”, lembra.

Ele acredita que vivenciar novas experiências pode fazer com que as pessoas tomem consciência e transformem as suas vidas, principalmente em temas que estão presentes na vida das pessoas e que vão ser abordados no festival, como o burnout, por exemplo.

Em 2023, 421 pessoas foram afastadas do trabalho por burnout e só nos primeiros meses de 2025, as ações na Justiça do Trabalho por burnout cresceram 14,5%. Shinyashiki lembra que mulheres também enfrentam a condição, principalmente pela jornada dupla de trabalho, com os afazeres domésticos ainda as sobrecarregando.

Fonseca afirma que o burnout também se relaciona com a perda de sentido da vida e da perda do prazer em se fazer as atividades do cotidiano, e que é necessário voltar a si mesmo e o que inspira a vida.

“Não é fugir da rotina, mas de voltar para si mesmo, olhar para si mesmo, lembrar o que faz bem para a gente, olhar nossos objetivos. Se socializar e estar presente na vida é um ato de autocuidado”, afirma.

Este ano, a Virada Zen conta com a parceria da Secretaria de Saúde da Prefeitura de São Paulo para promover as Pics (Práticas Integrativas Complementares), que estão disponíveis nas unidades de saúde da cidade. As Pics englobam terapias como acupuntura, reiki, constelação familiar, entre outras. No total, são 29 terapias oferecidas gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

A Virada Zen acontece entre os dias 18 e 26 de outubro em diversos pontos da cidade de São Paulo. Saiba mais sobre o evento aqui. A programação completa está disponível no site www.viradazen.com.br.