SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Bar Ministrão, localizado nos Jardins, bairro nobre de São Paulo, foi reaberto nesta sexta-feira (17). O estabelecimento, que foi interditado pela Vigilância Sanitária durante as investigações sobre bebidas contaminadas com metanol, opera agora com uma restrição à venda de bebidas destiladas, segundo clientes.

Funcionários do Ministrão se recusaram a falar com a reportagem.

Às 18h, quando a Folha foi ao local, apenas quatro mesas estavam ocupadas, com um total de 14 clientes —todos consumindo garrafas de cerveja. O advogado Gustavo, 47, que estava entre os presentes, afirma que o movimento da região caiu muito nas últimas semanas.

Ele diz se considerar bem informado e afirma que não deixou de consumir cerveja por considerá-la segura. “Fiquei feliz com a reabertura do Ministrão”, afirmou ele, que não quis informar o sobrenome.

A falsificação de cervejas e vinhos é mais difícil, segundo especialistas, tanto pelo processo de fabricação quanto pela dificuldade de envasamento. Até o momento, não foram divulgados casos de intoxicação relacionados ao consumo desse tipo de bebida.

Outros frequentadores compartilharam a mesma opinião. Márcio, 37, que trabalha com finanças e era cliente assíduo antes do fechamento, disse ter se surpreendido com a interdição. “Eu não bebo destilados e eles não estão vendendo. Mas acho que é seguro beber aqui, sim, e não parei de frequentar bares durante a crise, já que só bebo cerveja”, afirmou.

A arquiteta Ana Carolina, 27, conta que retornou ao bar por acaso: “passei aqui hoje e vi que tinha reaberto. Faz muito tempo que eu não vinha.” Questionada se antes considerava o local confiável, respondeu que sim: “Eu não tomo destilados, só cerveja, então acho que me sinto segura assim.”

Ainda nesta sexta (17), em entrevista coletiva, o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, foi questionado sobre o caso. Ele afirmou que a polícia tinha conhecimento da reabertura, mas ressaltou que a análise da medida não é de sua competência.

“É uma decisão administrativa que não nos compete analisar”, disse. Dian afirmou não saber se a retomada das atividades foi motivada por novos laudos do estabelecimento e acrescentou que a polícia tomou conhecimento apenas da reabertura, em razão de uma decisão administrativa da Vigilância Sanitária.

O balanço da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo desta sexta-feira (17) contabilizou 38 casos confirmados e 15 estabelecimentos interditados cautelarmente no estado.