SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A atriz britânica Samantha Eggar, vencedora do prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes pelo filme “O Colecionador”, morreu nesta quarta (15), em Los Angeles, nos Estados Unidos, aos 86 anos. A informação foi confirmada à imprensa pela família, que disse que a artista sofria de uma longa doença, mas não especificou a causa da morte.

Em uma publicação no Instagram, a filha da atriz, Jenna Stern, disse que a mãe morreu em paz, cercada pelos familiares. “Eu estava ali ao lado dela, segurando sua mão e dizendo o quanto era amada. Foi algo bonito. Foi um privilégio”, afirmou ela na postagem.

Este último, produção sobre uma estudante de arte que é mantida em cativeiro por um jovem vivido por Terence Stamp, rendeu a ela o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes, um Globo de Ouro de melhor atriz em drama e uma indicação ao Oscar de melhor atriz, em 1966.

Um ano depois de estrelar “O Colecionador” -e pelo qual Wyler foi indicado ao Oscar de melhor diretor- Eggar contracenou com Cary Grant no último filme estrelado pelo ator, “Devagar, Não Corra”. O longa segue um casamenteiro, vivido por Grant, que se encarrega de formar um casal entre uma jovem e um conhecido atleta olímpico.

Foi com o sucesso deste último filme que ela foi selecionada para estrelar em “Dr. Dolittle”, em que viveu o par romântico do protagonista-título. Anos mais tarde, a obra viraria uma franquia estrelada por Eddie Murphy. Embora não fosse um musical, outro filme que deu à atriz a oportunidade de cantar foi “Ver-Te-ei No Inferno”, em que dividiu o elenco com Richard Harris e Sean Connery. Lançado em 1970, o longa segue um policial que precisa investigar atividades suspeitas por parte de uma comunidade de mineradores.

No mesmo ano, Eggar também estrelou “A Bengala”, em que deu vida a uma mulher forçada a lidar com a poliomielite durante a infância, e “The Lady in the Car with Glasses and a Gun”, suspense policial em que contracenou com o ator Oliver Reed.

A artista também emplacou papéis na televisão e em outros filmes antes de retornar ao gênero que a deixou famosa. Em 1979, ela estrelou “Os Filhos do Medo”, longa de horror corporal dirigido por David Cronenberg.

No filme, ela interpreta uma mulher que é submetida aos cuidados de um psicólogo duvidoso, conhecido por subverter as barreiras mentais de seus pacientes. No processo, crianças mutantes passam a atormentar o marido da interna conforme ele investiga a situação. Sua filiação ao gênero do terror se manteria por outros títulos, caso do exagerado “Demonoid”, de 1981, e “Cortinas”, lançado em 1983.

O sotaque britânico marcante de Eggar também lhe rendeu credenciais. Em 1997, ela deu vida à deusa Hera no desenho animado da Disney “Hércules”, papel que reprisaria numa série derivada do longa-metragem. No universo das animações, ela também participou de projetos como uma série da Adult Swim, “Metalocalypse”, e dublou personagens de jogos digitais.

Entre os seus trabalhos mais marcantes, ela ainda fez pontas em seriados como “Havaí 5.0”, “A Ilha da Fantasia” e “Star Trek: A Nova Geração”. Não suficiente, Eggar também dirigiu “Young and Willing”, filme de 1962 que acompanha as aventuras sexuais de um grupo de estudantes, além de ter dirigido episódios de alguns seriados para a televisão.

Ela foi casada o ator Tom Stern de 1964 até 1971 e deixa uma filha, a atriz Jenna Stern, e um filho, o produtor Nicolas Stern.