Da Redação

A Polícia Civil de Goiás (PCGO) prendeu um ex-servidor da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) suspeito de falsificar informações para encobrir movimentações inexistentes de bovinos e desviar cerca de R$ 100 mil. A prisão ocorreu na última terça-feira (14/10), em Luziânia, durante a Operação Rastreio Falso, conduzida pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR). Outras pessoas também foram detidas por envolvimento no esquema.

Segundo as investigações, o ex-servidor teria manipulado dados no sistema oficial de controle agropecuário e emitido atestados falsos de vacinação, em parceria com um corretor de gado. A fraude foi executada em menos de um mês e envolvia a criação de Guias de Trânsito Animal (GTAs) fraudulentas, usadas para dar aparência de legalidade às transações. O corretor já havia sido preso em uma operação anterior, deflagrada em julho deste ano, por envolvimento em esquema semelhante.

Durante a ação, os policiais cumpriram mandados de prisão, busca e apreensão, bloqueio de contas bancárias e sequestro de bens ligados aos suspeitos. A Agrodefesa colaborou com as investigações, fornecendo relatórios técnicos e apoio operacional.

Em nota, a agência explicou que foi ela própria quem acionou a Polícia Civil, após uma auditoria interna detectar acessos irregulares e indícios de fraude no Sistema de Defesa Agropecuária do Estado de Goiás (Sidago). O órgão também confirmou que o investigado era um funcionário cedido pela Prefeitura de Luziânia e que ele havia sido exonerado antes do início das investigações.

A Agrodefesa destacou ainda que o sistema não sofreu invasões externas e segue protegido por mecanismos de auditoria contínua. A agência reforçou a importância de os produtores rurais não compartilharem suas senhas de acesso ao Sidago, ferramenta essencial para a segurança das informações do setor.

A Operação Rastreio Falso é a terceira ação da DERCR voltada ao combate de fraudes envolvendo o transporte e o comércio de gado em Goiás. As anteriores, Paper Ox (abril de 2024) e Paper Ox II (julho de 2025), também investigaram a emissão de GTAs e notas fiscais irregulares.