SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) faz operação em Paraisópolis na manhã desta quinta-feira (16) contra quadrilha especializada em roubo de celulares e de alianças.

As equipes cumprem 40 mandados de busca e apreensão na região central, na zona sul e também no Distrito Federal. São 36 mandados de prisão no total. Quinze pessoas foram presas, sendo 11 em Paraisópolis, e outros quatro mandados contra alvos que já estavam presos. Os outros 20 são considerados foragidos.

A operação chamada Conexões Ocultas foca em criminosos envolvidos em latrocínios. Também mira receptadores de objetos roubados e fornecedores de placas falsas e armas.

A investigação conecta os alvos dessa operação com quatro crimes de grande repercussão. Latrocínios do delegado Josenildo Belarmino de Moura Júnior, 32, do ciclista Vitor Medrado, 46, do arquiteto Jefferson Dias Aguiar, 43, e de uma tentativa de latrocínio contra um major da FAB (Força Aérea Brasileira), de 38 anos, que ficou ferido.

Guilherme Heisenberg da Silva Nogueira, conhecido como Bronx, morreu na operação em Paraisópolis. Ele era procurado, de acordo com a Polícia Civil, e integrava o esquema de receptação e fornecimento de armas de Suedna Barbosa Carneiro, a Mainha do Crime. Segundo o Deic, ele era envolvido em crimes patrimoniais como roubo moto, celular e joias.

Ele teria reagido quando os policiais tentaram cumprir o mandado de prisão contra ele e teria usado um revólver calibre 38. De acordo com a operação, houve troca de tiros. O resgate foi acionado e constatou a morte dele ainda no local. Nenhum policial ficou ferido.

O delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, disse que uma investigação sobre a morte do suspeito será aberta no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), “que através de toda lisura vai também apurar as circunstâncias desse fato”.

Dos 36 alvos da operação, 34 já tinham antecedentes criminais, segundo a polícia. A maioria não era procurado pela Justiça, como era o caso de Guilherme Nogueira.

“Esses que não foram presos, mas foram identificados, saíram da escuridão”, disse o diretor do Deic, delegado Ronaldo Sayeg, sobre bos 20 foragidos. “Nós jogamos luzes em cima deles, eles vão ficar procurados e logo, logo vão cair.”

A ação é feita após oito meses de investigações e levantamentos. As informações surgiram a partir de diversas prisões de envolvidos no esquema criminoso. Inclusive a criação de uma estrutura compartimentada em diversas funções que vão de roubo até comércio de joias.

A operação conta com cerca de 170 policiais e ocorre simultaneamente na capital paulista e em Brasília, com o apoio do GER (Grupo Especial de Reação) e do SAT (Serviço Aerotático), segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública).

Apesar de quatro suspeitos já estarem presos, não há indício de que eles tenham emitido ordens ou se comunicando com outros investigados de dentro do sistema prisional.

Paraisópolis é a maior favela de São Paulo, com 58.527 habitantes. A segunda maior é Heliópolis, também na capital, com 55.583 moradores, e a terceira, a Vila São Pedro, em São Bernardo do Campo, com 28.466 residentes.