SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em meio ao boom da renda fixa com a Selic em 15% ao ano, a B3 lança nesta quinta-feira (16) o seu primeiro índice de títulos públicos. O objetivo do Índice Tesouro Selic, segundo a Bolsa de Valores, é fornecer uma referência precisa e atualizada sobre o desempenho das LFTs (Letras Financeiras do Tesouro), também conhecidas como Tesouro Selic.
Além de servir como referência para investidores, índices permitem o desenvolvimento de produtos secundários, como contratos futuros e ETFs (fundos de índices cujas cotas são negociadas em Bolsa). Dessa forma, no futuro, será possível investir indiretamente no Tesouro Selic comprando uma cota na B3, da mesma forma que ocorre com ações.
O novo produto vem em um momento de alta procura por produtos de renda fixa. Dados da Anbima (Associação das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) apontam que os fundos de renda fixa tiveram uma captação líquida de R$ 150 bilhões nos nove primeiros meses de 2025, enquanto os fundos de ações e multimercados têm uma sangria de R$ 50 bilhões e de R$ 73 bilhões, respectivamente.
Para representar diversas LFTs já emitidas pelo Tesouro Nacional em um índice, a B3 irá se basear apenas nos mais líquidos e representativos, com a ponderação determinada pelo valor de mercado e pelo volume médio diário de negociação de cada título.
Podem fazer parte do TSLC os papéis emitidos há pelo menos dois meses, com vencimento igual ou superior a 12 meses e com volume de negociação diário no mercado secundário entre os 75% mais representativos dos últimos três meses.
50% das LFTs dentro do índice serão ponderadas com base no valor de mercado e 50% com base na liquidez do ativo. O rebalanceamento ocorre trimestralmente, no quinto dia útil dos meses de janeiro, abril, julho e outubro.
Segundo a B3, essas características possibilitam uma melhor replicação do Tesouro Selic para os gestores, com custos mais baixos e em um produto mais eficiente para o investidor final.
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O QUE É O TESOURO DIRETO
Criado em 2002, o Tesouro Direto é uma das formas mais acessíveis e seguras para pessoas físicas investirem em títulos públicos emitidos pelo governo federal. Além de ser naturalmente uma alternativa de risco reduzido frente a outros investimentos, não há mais valor mínimo fixo para aplicar.
Com baixo risco, o programa oferece diversas possibilidades de investimento, que atendem a diferentes perfis de investidores. Hoje, é possível simular e entender seu perfil de investimentos em um teste rápido disponível no portal tesourodireto.com.br ou por meio do aplicativo com o mesmo nome. O site auxilia no processo de abertura de conta em uma corretora ou banco habilitado para o programa.
TESOURO SELIC
É o mais indicado por especialistas para quem busca liquidez diária e menor volatilidade, sendo muito utilizado como reserva de emergência ou diversificação da carteira de médio e longo prazos. Sua principal característica é acompanhar a Selic, a taxa básica de juros da economia. Dessa forma, quanto maior for a Selic, maior será o rendimento do título. Hoje, a Selic está em 15% ao ano, o que aumenta a atratividade desse investimento. É uma alternativa eficaz frente a CDBs que rendem 100% do CDI e Poupança. Permite resgates a qualquer momento.
TESOURO PREFIXADO
Nele, a taxa de juros é definida no momento da contratação e não sofre alterações. Ou seja, é mais previsível que o Tesouro Selic, garantindo maior controle sobre o retorno para quem o mantém até o vencimento. Quando a Selic aumenta, os títulos prefixados podem perder valor de mercado, pois novas emissões se tornam mais atrativas. Em contrapartida, se a Selic cai, os títulos prefixados se valorizam, beneficiando levemente o investidor que decide vendê-los antes do prazo. Seus ganhos não mudam de acordo com as variações da inflação.
TESOURO IPCA+
Essa aplicação combina rendimento fixo com a variação da inflação, preservando o poder de compra a longo prazo. É uma escolha indicada para quem quer se proteger contra a desvalorização da moeda e planejar objetivos de médio e longo prazo com mais segurança. Mas resgatá-lo de forma antecipada pode resultar em perdas, já que o Tesouro IPCA+ pode apresentar variações no mercado secundário.
TESOURO RENDA+
Voltado para aposentadoria, é um título com pagamento mensal programado por 20 anos ou 240 meses a partir de uma data específica hoje, o primeiro ano disponível é 2030. Ao se cadastrar, a pessoa define quando deseja se aposentar e qual a renda extra que quer ter nesta fase da vida. Ele certifica uma taxa de juros junto à variação da inflação, a qual é medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor – Amplo). Assemelha-se ao Tesouro IPCA+.
TESOURO EDUCA+
Lançado em agosto de 2023, é direcionado ao custeio de estudos, com renda mensal por cinco anos. Seu intuito é ajudar famílias a planejar o futuro educacional de crianças e jovens, especialmente ao ingressarem na faculdade. Sua aplicação é semelhante ao Renda+.