UEG integra estudo que mapeia os biomas Cerrado e Caatinga

Vinte pesquisadores goianos integram uma experiência educativa diferenciada que está percorrendo mais de 1.700 quilômetros que ligam a cidade de Goiás a Petrolina, no Pernambuco.

A expedição passará também por Juazeiro, na Bahia, com o objetivo de participar do Festival Internacional de Cinema Agroecológico (FICAECO) e do Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA).

O grupo integra a equipe de trabalho do festival e apresentará trabalhos no maior congresso de agroecologia e soluções climáticas do país.

Os pesquisadores saíram da cidade de Goiás, no último sábado (11/10), rumo à Petrolina, onde já estão hospedados. Embora tenham se estabelecidos em uma cidade pernambucana, o destino final será Juazeiro, na divisa com a Bahia, às margens do Rio São Francisco.

Expedição está percorrendo mais de 1.700 quilômetros que ligam a Cidade de Goiás a Petrolina, em Pernambuco (Fotos: Divulgação GWATÁ)

Sobre o estudo dos biomas Cerrao e Caatinga

A iniciativa nasceu dentro da Universidade Estadual de Goiás (UEG), no Núcleo de Agroecologia e Educação do Campo (GWATÁ), que integra os Programas de Pós Graduação em Geografia (PPGEO) e em Estudos Culturais, Memória e Patrimônio (PROMEP) da universidade.

A ideia foi ganhando força ao receber o ingresso de representantes da Magnífica Mundi, da Universidade Federal de Goiás (UFG); e do curso de Agronomia com ênfase em Agroecologia do Instituto Federal de Goiás (IFG).

Para o professor e coordenador da agenda, Murilo de Souza, as semelhanças entre o Cerrado e a Caatinga não estão somente na escassez hídrica que se assevera, mas também nas resistências dos povos e populações tradicionais que defendem estes territórios.

“A observação direta da paisagem e os diálogos realizados nos apresentam um contexto preocupante, mas que contribui na educação daqueles que participaram da travessia. Vivemos um processo avançado de degradação de nascentes e morte de vários cursos d’água”, alerta o coordenador.

Diário de bordo da expedição

Em três dias de viagem, os pesquisadores fizeram paradas nas seguintes cidades:

  • Formosa (GO);
  • Barreiras (BA);
  • Monte Alegre do Piauí (PI);
  • Igarité (BA);
  • Bom Jesus (PI);
  • São Raimundo Nonato (BA);
  • Remanso (BA).

Um dos destaques foi a visita ao Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, no Piauí. Esta unidade de conservação possui relevância tanto para a conservação da Caatinga quanto para a preservação da história da ocupação humana neste bioma e no Cerrado.

“Na região conhecida como MATOPIBA, principal fronteira agrícola da atualidade, avançam processos de contaminação da água e do solo por agrotóxicos. Em alguns locais, como no município de Gilbués, no Piauí, a desertificação atinge patamares significativos, comprometendo a sobrevivência na região. A visita promoveu um novo olhar sobre Goiás e o avanço das atividades predatórias nos biomas. Momento de grandes e profundos questionamentos”, avaliou.

O mestrando em Geografia pela UEG, Eduardo Alves de Oliveira, acredita que a sensação de construir novas andanças deixou a reflexão pelo grito de resistência dos territórios e das comunidades encontradas ao longo do percurso.

“A preservação representada pelas Unidades de Conservação também se mostra muito importante na contenção das mudanças climáticas e na defesa da vida no Cerrado e na Caatinga”, destacou.

(Fotos: Divulgação GWATÁ)

Sobre o Festival Internacional de Cinema Agroecológico

O 3º Festival Internacional de Cinema Agroecológico (FICAECO) é o destino final do grupo. A programação segue até o dia 18 de outubro com exibições de filmes, rodas de conversa, homenagens, oficinas e apresentações artísticas.

O evento transforma a região do Vale do São Francisco em palco do diálogo entre cinema, agroecologia e diversidade cultural.

Realizado juntamente com o 13º Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), é um dos maiores encontros do país dedicados ao audiovisual ambiental e agroecológico.

Neste ano, o FICAECO se consolida como espaço de reflexão e mobilização rumo à COP 30, que será realizado em novembro de 2025, em Belém (PA), conforme pontua a coordenadora do evento, a cineasta Dagmar Talga.

“O FICAECO celebra o cinema como ferramenta de transformação e de diálogo entre os povos. É um festival sem competição, onde cada obra e cada realizador são reconhecidos por sua contribuição à causa ambiental e social. Ter um grupo de estudantes pensando os territórios e atravessando o cerrado e a caatinga para contribuir conosco é uma honra e a prova de que a educação transforma”, destaca Dagmar.

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Fonte: Agência Cora