Da Redação

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu aval para que a CIA realize operações secretas na Venezuela, ampliando o clima de tensão entre Washington e o governo de Nicolás Maduro. A decisão, segundo fontes ligadas à Casa Branca, abre caminho para incursões terrestres no país sul-americano, com o objetivo declarado de “neutralizar ameaças ligadas ao narcotráfico e ao regime de Caracas”.

Nos últimos dias, forças americanas intensificaram ataques a embarcações venezuelanas suspeitas de transportar drogas, resultando em pelo menos 27 mortes. Em coletiva de imprensa, Trump afirmou que o controle marítimo na região “já está consolidado” e que, agora, as forças dos EUA iniciam “operações de reconhecimento terrestre”.

A autorização permite que a CIA atue de forma autônoma dentro da Venezuela e no Caribe, com possibilidade de realizar ações letais. Agentes da agência poderão operar sozinhos ou em conjunto com os mais de 10 mil militares posicionados em bases no Caribe e em Porto Rico. A frota americana na região inclui oito navios de guerra, dois porta-aviões e um submarino nuclear.

O governo Trump encerrou recentemente as negociações diplomáticas com Caracas, alegando falta de avanços. O presidente americano exige que Maduro deixe o poder “voluntariamente”, acusando-o de usar o grupo criminoso Tren de Aragua para infiltrar criminosos em território americano.

De acordo com Trump, a suposta ação da gangue teria sido a gota d’água para autorizar as novas operações. Em março, os Estados Unidos já haviam classificado o Tren de Aragua como organização terrorista e oferecido uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levassem à prisão de Maduro.

A ofensiva faz parte de uma estratégia liderada pelo secretário de Estado Marco Rubio e pelo diretor da CIA, John Ratcliffe, que prometeu uma atuação “mais agressiva” da agência em regiões consideradas críticas. A decisão reacende memórias das antigas intervenções da CIA na América Latina, como a derrubada de governos e apoio a golpes de Estado durante o século XX.

O governo americano continua a tratar Nicolás Maduro como um “ditador envolvido no narcotráfico” e considera ilegítimo seu mandato. Já Caracas classifica as ações dos EUA como “atos de guerra” e promete responder a qualquer invasão “com toda a força do povo venezuelano”.