PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – Um grupo de 109 presos fez um protesto na recém-inaugurada Cadeia Pública de Porto Alegre pedindo tomadas elétricas nas celas, maior acesso a cigarros e mais dias de visitas.

O incidente ocorreu no dia 1º de outubro e confirmado na terça-feira (14) pela Polícia Penal gaúcha, e está sob apuração da Corregedoria-Geral do Sistema Penitenciário.

De acordo com a corporação, os detentos saíram sem autorização de suas celas durante o horário de refeição e se recusaram a voltar, ficando no corredor da galeria.

A área é reservada para presos de uma facção do Rio Grande do Sul. A polícia apura as circunstâncias da saída dos presos para a galeria.

“Após intervenção, todos retornaram de forma tranquila para as celas, e o ambiente foi controlado sem necessidade do uso da força”, disse a polícia.

A Polícia Penal afirma que não foram feitas quaisquer concessões aos presos e que não ocorreu rebelião ou fuga. Até o momento, nenhum servidor da área foi afastado.

A Cadeia Pública de Porto Alegre foi reinaugurada no dia 10 de setembro após três anos de obras e investimento de R$ 139 milhões para superar os problemas do que já foi considerado o pior presídio da América Latina. O novo prédio não tem tomadas, iniciativa tomada por questões de segurança.

O presídio, que tem aproximadamente 1.000 detentos atualmente e capacidade para 1.884, segue operando normalmente e com ocupação gradual.

O local, antigamente chamado de Presídio Central, já chegou a ter quase 5.000 presos, quase 300% de superlotação.

O presídio enfrentava problemas estruturais, como calor excessivo, saneamento precário e disputa entre facções rivais. Em 2013, a OEA (Organização dos Estados Americanos) cobrou providências, e o governo gaúcho passou a responder a ações civis públicas que exigiam melhorias. Com a entrega da cadeia reformada, as ações foram retiradas.