SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A morte de motociclistas aumentou na cidade de São Paulo quando se compara a quantidade de óbitos no mês passado e setembro de 2024.
Segundo dados disponibilizados pelo Infosiga (sistema estadual que mede a letalidade no trânsito), na tarde desta quarta-feira (15), 50 motociclistas morreram no trânsito paulistano em setembro de 2025 contra 39 no mesmo mês do ano passado, uma alta de 28,2%.
Na evolução do ano, o número de motociclistas mortos igualmente subiu, já que em agosto também foram 39 casos.
O número em setembro é o maior de todo o ano, conforme o Infosiga.
No acumulado dos sete primeiros meses dos dois anos comparados, o aumento foi de 2,3% 353 contra 361 óbitos de pessoas envolvidas em sinistros com motos, respectivamente.
No geral de todo o trânsito do município, os números apresentaram estabilidade. Na comparação entre os dois meses de setembro, foram 95 óbitos em 2024 contra 93 em 2025 (-2,1%).
No acumulado de janeiro a setembro, houve redução de 2,3% (785 óbitos contra 767 entre os dois anos comparados) no caso dos pedestres, porém, houve pequena alta, de 0,7%, passando de 291 a 293 mortes.
Na soma de todos os registros no estado, subiu o número de motociclistas mortos no acumulado de janeiro a setembro. Foram 1.932 casos em 2024 contra 1.988 nos sete primeiros meses do ano passado (2,9% a mais).
Na comparação entre os meses de setembro, porém, houve queda de 7,1%, com 221 contra 205 óbitos, respectivamente.
De acordo com o Infosiga, em um ano, as mortes no trânsito paulistano tiveram um custo de quase R$ 633 milhões, cerca de 24% dos gastos com todos os tipos de sinistros, de pouco mais de R$ 2 bilhões.
No geral de todo o trânsito no estado, a diminuição entre os meses de setembro foi de 5,7% e no acumulado dos sete primeiros meses dos dois anos, de 0,6%.
Subiu, entretanto, o registro de ciclistas mortos na comparação entre os meses de setembro, com 13,3% a mais.
No início do mês, o DetranSP (Departamento de Trânsito de São Paulo), responsável pelo sistema de dados, lançou uma campanha para tentar diminuir a violência viária, principalmente contra motociclistas que trafegam em vias urbanas e rodovias.
Com o tema “Não corra. A velocidade não perdoa”, a campanha tem como alvo principal o excesso de velocidade.
“A iniciativa é uma resposta direta ao atual cenário da segurança viária no estado, que em 2024 registrou cerca de 2.630 mortes no trânsito envolvendo motociclistas – aumento de 12% em relação a 2023”, afirma o Detran.
A campanha foi desenvolvida em parceria com a Iniciativa Bloomberg para a Segurança Viária Global, com apoio técnico da ONG Vital Strategies.
Um estudo realizado pela Unidade Internacional de Pesquisas em Lesões, da Universidade Johns Hopkins (EUA), em parceria com a USP (Universidade de São Paulo), mostrado em primeira mão pela Folha de S.Paulo, apontou que 4 em cada 10 motociclistas da cidade de São Paulo trafegam em excesso de velocidade.
O levantamento, com dados coletados em novembro do ano passado, aponta que 43% das motos estavam acima da velocidade permitida na via monitorada.
O percentual, o maior desde 2021 quando o estudo passou a ser feito, foi considerado muito alto pelos pesquisadores.
Em nota, o Detran afirma que que entre outras ações têm intensificado o combate à alcoolemia, com aumento de 104% nas operações e 83% nas abordagens de condutores de janeiro a setembro de 2025, em comparação com mesmo período de 2024.
Também diz que neste ano realizou cerca de 2.200 ações educativas, atingindo aproximadamente 700 mil pessoas, com foco nos motociclistas e pedestres, os mais vulneráveis no trânsito.
‘O Governo de SP também colocou em consulta pública o primeiro Plano Estadual de Segurança Viária com a meta de reduzir pela metade o número de mortes no trânsito em cinco anos. As ações envolvem gestão de velocidade, fiscalização, vias seguras, melhoria de normas e eficiência no atendimento às vítimas.”
Sobre os números, diz que entre janeiro e setembro, os sinistros de trânsito no estado de São Paulo caíram 22% e os óbitos diminuíram 0,6%. Se comparados setembro de 2025 e de 2024, também houve queda de 5,7% mas mortes e retração de 22,5% nos sinistros.