SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil de São Paulo investiga uma suposta tentativa de homicídio que pode ter sido cometida por Ana Paula Veloso Fernandes, 36, apontada como serial killer.
“Não descartamos [outras mortes]. Já há uma suspeita, está sendo investigada uma tentativa de homicídio que teria ocorrido no dia anterior à morte do senhor Neil [morto em abril]”, disse o delegado Halisson Ideião, responsável pelo caso, no programa Encontro, da TV Globo.
“Além das quatro mortes, a gente suspeita que existam outras. Existem indícios de que [outros] possíveis crimes possam ter sido cometidos também”, completou.
Com base nos telefones de Ana Paula e da irmã gêmea dela, Roberta Cristina Veloso Fernandes, a polícia investiga como estão outras pessoas que tiveram algum tipo de problema com as irmãs.
“Estamos verificando se essas pessoas estão bem. Tem um caminhoneiro que entrou em atrito com elas devido à falta de pagamento por causa de um frete que fez para elas. Depois daquelas conversas, a gente não conseguiu mais encontrar nenhum relato dessa pessoa, então, a gente está tentando buscar maiores informações, saber se essa pessoa está viva, se não está.”
Em depoimento à Polícia Civil, vídeo ao qual a Folha de S.Paulo teve acesso, Ana Paula confessou ter matado duas pessoas, o pai de uma amiga [Neil] e o proprietário da casa em que morava em Guarulhos. No entanto, negou outros dois assassinatos, que são atribuídos a ela pela polícia: a de uma amiga e de um tunisiano com quem teve um relacionamento. Ela teria envenenado todas as vítimas.
O delegado afirmou que a frieza de Ana Paula chamou a atenção.
“O que chamou mais atenção da gente foi a forma como a Ana Paula planejava cada um dos crimes, a maneira como ela agia após os crimes, de maneira fria, sem nervosismo, com tranquilidade, até sentindo prazer em estar ali próxima à polícia, próxima aos órgãos públicos, hospitais, vivendo aquele momento após as mortes, com os familiares, fazendo questão de ir até a residência da vítima após a morte. Isso chamou muito a nossa atenção. Uma frieza absurda.”
Ideião afirmou ainda que ela tinha prazer em matar. “Existia uma motivação financeira na maioria dos casos, em três dos casos, mas esse não era um elemento essencial para a morte. Ela gostava de matar. Ela tinha aquela coragem, ela tinha vontade, e ela sentia prazer mesmo em fazer isso com as pessoas”, disse.
“Quatro vítimas, isso já entra numa estatística que nos leva a crer que seja uma serial killer. E pela maneira como ela vinha agindo após os óbitos, sempre procurando novas vítimas, nos levou a crer que se não a parássemos ela continuaria fazendo”, acrescentou.