WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – O FMI (Fundo Monetário Internacional) prevê uma leve melhora da dívida do Brasil, em relação ao que estimava em abril.

A dívida do país deve alcançar 91,4% em 2025, ante uma previsão de abril de que chegaria a 92%. Os dados constam no documento Monitor Fiscal, divulgado pelo fundo nesta quarta-feira (15).

De um modo geral, a previsão é melhor do que a feita em abril. Segundo o fundo, em 2030, a dívida deve atingir 98,1%, do PIB. No início do ano, a projeção era a de que chegasse a 99,4%. Ainda assim, a projeção é de alta consecutiva do débito até 2030.

O resultado primário do Brasil deve se manter estável, segundo a projeção do fundo, com déficit de 0,6% do PIB, mesma previsão de abril. O superávit só seria alcançado em 2027, quando o primário atingiria 0,3% do PIB. Esse cenário foi o mesmo traçado no ano passado.

No mesmo relatório, o FMI destaca algumas políticas de realocação do gasto público e cita o caso do Bolsa Família. O fundo explica que o programa condiciona que as famílias realizem check-ups e frequentem a escola para receber o auxílio.

“Essa política aumentou significativamente a frequência escolar entre crianças de grupos de baixa renda, ajudando a reduzir as taxas de evasão escolar e a promover a equidade. Paralelamente, o aumento na matrícula escolar gerou um forte crescimento na demanda por professores qualificados. Os gastos com educação pública aumentaram cerca de 3 pontos percentuais do total das despesas entre 2002 e 2008”, afirma o banco.

Nesta terça, o FMI lançou a nova versão do relatório Perspectiva Econômica Mundial e revisou as projeções feitas em abril deste ano e agora prevê que o PIB do Brasil deverá ter um crescimento maior do que o esperado no início de 2025.

Para 2026, no entanto, a perspectiva é a de que haja uma desaceleração devido ao efeito das tarifas aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Em abril, o fundo projetou que o Brasil cresceria 2% neste ano, um recuo de 0,2 ponto porcentual em relação ao esperado anteriormente. O documento atualiza a expectativa de alta do PIB para 2,4% neste ano.

Para 2026, a previsão é de crescimento de 1,9%, o que é uma revisão para baixo da expectativa de abril, de 2%. Em julho, relatório do fundo já apontava essa revisão nos índices.

A dívida bruta do Brasil avançou a 76,6% do PIB (Produto Interno Bruto) em junho —saldo de R$ 9,4 trilhões. Em relação ao mês anterior, houve um aumento de 0,5 ponto percentual, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta quinta-feira (31).

A dívida bruta —que compreende governo federal, INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e governos estaduais e municipais—, é um dos principais indicadores econômicos observados pelos investidores na hora de avaliar a saúde das contas públicas do país.