SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Se o Metrô leva você para casa, a companhia estatal espera que você o leve junto. Ou pelo menos uma lembrança desse transporte público paulistano que completou 50 anos no ano passado.
O Metrô começa a vender, até o fim do mês, produtos licenciados com sua marca estampada. De início, a comercialização será pela internet e os produtos estarão expostos em uma vitrine na estação Trianon-Masp, da linha 2-verde. Também foi criada uma conta no Instagram.
A primeira loja física do Metrômania, como é chamado o projeto, será na estação Liberdade, da linha 1-azul, com inauguração em novembro. Outros dois pontos de venda estão previstos para até março de 2026 nas paradas Paraíso e Sé.
De meias, bonés e copos térmicos, a cadernos com a máscaras dos trens (a frente da composição), nesta primeira fase serão comercializados 34 produtos, com preços que variam de R$ 20 a R$ 100 a lista inclui ainda mapas e camisetas com frases usadas por usuários, de acordo com a companhia. Os “souvenirs” mais caros custarão cerca de R$ 200, mas não serão disponibilizados nessa primeira fase.
Para o próximo Natal, a expectativa é comercializar uma miniatura de trem estilizada. Em 2026, réplicas de metal devem entrar na lista dos produtos para apaixonados por ferreomodelismo.
A venda de produtos licenciados não é inédita no Metrô de São Paulo. O projeto existiu até 2018, quando havia uma loja na estação Sé, mas não prosperou. “Era algo muito pontual, o Metrô mesmo vendia e cuidava das negociações”, afirma Fabíola Damato Bemfeito, gerente de marketing da empresa desde 2023, que buscou exemplos em antigos empregos, como na Disney e nos Jogos Olímpicos de 2016, para convencer a empresa estatal e retomar o projeto.
Os primeiros desenhos nasceram dentro da própria companhia ao todo foram cerca de dois anos de maturação do projeto, que abriu um chamamento público para profissionalizar o negócio. Foi contratada a empresa 4Takes, especializada em licenciamento e que trabalha com marcas como Porsche e Mercedes-Benz.
“Pegamos ícones do Metrô e estilizamos, como as máscaras de frotas de trens diferentes, pois cada uma tem uma cara”, diz a Fabíola.
O projeto, afirma, busca ampliar a presença da marca Metrô, gerar receita adicional por meio de royalties e fortalecer o vínculo afetivo com passageiros, turistas e funcionários.
A companhia estatal ficará com 15% do que for comercializado, e não terá gastos, a não ser com possíveis espaços cedidos nas estações.
A instalação de um display em uma estação na avenida Paulista e a abertura da primeira loja na Liberdade ocorrem porque são dois pontos turísticos da cidade.
“Os passageiros falam do Metrô como se fosse uma pessoa”, afirma a gerente de marketing. “Por isso, o objetivo dessa é fortalecer a conexão com eles”, diz.
Uma das camisetas terá estampado o ano de 1974, em alusão ao primeiro ano de funcionamento da linha 1-azul e do metrô na cidade de São Paulo.
Também serão usados jargões ouvidos de usuários, como “salva o rolê” ou “partiu metrô”.
O símbolo do Metrô irá ocupar o lugar do coração na frase “I love São Paulo” em um copo.
Para os saudosistas, a etiqueta de preço será tão colecionável quanto o produto comprado: é uma cópia do antigo bilhete magnético que começou a cair em desuso em 2021, com a proliferação das passagens com QR code, sigla para “Quick Response Code” (Código de Resposta Rápida). Na frente estará escrito “Desde 1974 em movimento”.
Em março passado, o Metrô vendeu um estoque encontrado desses bilhetes, como passagens comuns.
“Você poderá usá-lo para embarcar ou guardar, se preferir. E, pra quem curte esse icônico bilhete, teremos em breve vários produtos com a carinha do Metrô disponíveis para compra. Fiquem ligados que novidades estão embarcando por aqui!”, afirmou em comunicado na época, já sinalizando para a chegada de produtos para colecionadores.
“O licenciamento resgata a história”, diz a gerente Fabiana, que afirma ter estudados ações semelhantes no metrô de Londres e Madrid.