SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O ex-presidente da França Nicolás Sarkozy será preso no dia 21 de outubro, pouco menos de um mês após ser condenado por conspiração criminosa.

Ele cumprirá pena na prisão de Santé, em Paris, que tem áreas VIP e alas de segurança máxima. A projeção é de que ele fique na área VIP, que é voltada a “prisioneiros vulneráveis”, podendo fazer uma hora de exercício por dia e ter até três visitas por semana.

O ex-presidente deve ficar na cadeia ao menos por dois meses. Esse é o prazo que a Justiça vai ter para analisar um possível pedido de liberdade feito à Corte de Apelação pela defesa dele quando ele for preso.

Sarkozy foi considerado culpado de conspiração criminosa por permitir que assessores buscassem fundos na Líbia para sua candidatura presidencial em 2007. Na época, a Líbia era comandada pelo ditador Muammar Gaddafi e Sarkozy conseguiu ganhar as eleições na França.

Ele sempre se declarou inocente, mas foi condenado a cinco anos de prisão em regime fechado em 25 de setembro. Mesmo recorrendo da sentença, ele teve a prisão mantida, pois o tribunal considerou a “gravidade excepcional dos fatos”, cometidos por um político que aspirava à mais alta função da República.

Tribunal considerou que os fluxos financeiros partiram da Líbia, mas que não há provas de que eles chegaram às contas da campanha de Sarkozy. No entanto, segundo o direito francês, a preparação já é suficiente para caracterizar o crime de associação criminosa, mesmo que o objetivo não tenha se concretizado.

Os sete réus condenados no processo sobre a Líbia recorreram. Um novo julgamento está previsto para março de 2026.

O ex-presidente é investigado por outros casos e usou uma tornozeleira eletrônica após ser condenado por outro crime. Entre fevereiro e maio deste ano, ele cumpriu pena no caso conhecido como das “escutas”, no qual foi acusado de corromper um magistrado para obter informações sobre investigações judiciais que o envolviam.

Sarkozy recebeu a opção de não ser preso imediatamente após o julgamento para poder “organizar seus compromissos profissionais”. O mesmo benefício não foi dado aos outros dois presos pelo crime, o intermediário Alexandre Djouhri e o banqueiro Wahib Nacer.

Ele será o primeiro chefe de estado europeu a cumprir uma pena em regime fechado. Sarkozy tem 70 anos e governou o país entre 2007 e 2012.