SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um novo ataque das Forças Armadas dos Estados Unidos contra um barco próximo à costa da Venezuela matou seis pessoas nesta terça-feira (14), disse o presidente Donald Trump por meio de sua rede social, a Truth Social.

Essa é a sexta vez que o governo Trump destrói uma embarcação que acusa de transportar drogas aos EUA —ao todo, já são 27 mortos desde que a campanha de ataques começou, no dia 2 de setembro.

“Sob minha autoridade como comandante-em-chefe, o secretário da Guerra [Pete Hegseth] ordenou um ataque cinético letal contra uma embarcação afiliada a uma organização terrorista que realizava narcotráfico” nas águas internacionais próximas à Venezuela, escreveu Trump nesta terça.

“Nossa inteligência confirmou que o barco carregava drogas, estava associado com redes narcotraficantes ilegais, e transitava por uma rota conhecida”, prosseguiu o presidente. “Seis narcoterroristas homens que estava na embarcação foram mortos, e nenhum militar dos EUA foi ferido.”

A Casa Branca afirma que os barcos são ligados à facção Tren de Aragua, classificada por Trump de uma organização terrorista internacional.

Especialistas dizem que o Caribe, onde os ataques ocorreram, não é a principal rota de tráfico de drogas em direção aos EUA, sendo responsável por cerca de 10% da cocaína e por uma quantidade irrisória do fentanil que entra no país. Essa última droga é a principal responsável por mortes de overdose nos EUA hoje.

Em uma tentativa de legitimar os ataques contra as embarcações, criticados por juristas e especialistas em direito internacional como sendo ilegais, o governo Trump comunicou formalmente ao Congresso americano que os EUA estão “em situação de conflito armado” com narcotraficantes. Isso daria às Forças Armadas direito de atacar membros de organizações como o Tren de Aragua mesmo quando não há risco iminente a cidadãos americanos.