Da Redação
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem avaliado a possibilidade de antecipar sua aposentadoria, segundo informações divulgadas nesta segunda-feira (13) pelo portal Cláudio Dantas. Embora a magistrada só complete a idade limite para deixar o cargo em 2029, aos 75 anos, fontes próximas afirmam que ela estaria considerando encerrar a carreira antes do previsto, ainda durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
O motivo principal, de acordo com as informações, seria o desgaste emocional acumulado após quase duas décadas na mais alta Corte do país. A ministra, conhecida pelo perfil reservado e técnico, teria confidenciado a interlocutores que a pressão do cargo e o ambiente de tensão política contribuíram para a reflexão sobre sua permanência.
As especulações também citam preocupações pessoais, como a possibilidade de restrições de viagem ao exterior e eventuais sanções internacionais, após a suposta revogação de seu visto americano — algo ainda não confirmado oficialmente. Além disso, Cármen Lúcia teria se aproximado de práticas espirituais alternativas, em busca de equilíbrio emocional, em linha com relatos semelhantes feitos sobre o ministro Luís Roberto Barroso, que anunciou sua aposentadoria antecipada na semana passada.
Caso a saída da ministra se concretize, Lula poderá indicar um quarto nome ao STF durante seu atual mandato — o que ampliaria consideravelmente sua influência sobre a composição da Corte. O presidente já nomeou Cristiano Zanin e Flávio Dino, e em breve escolherá o sucessor de Barroso, cuja aposentadoria surpreendeu o Planalto.
Durante viagem a Roma, Lula afirmou que não pretende escolher um amigo para o cargo, mas alguém “gabaritado para cumprir a Constituição”. Entre os cotados para a vaga estão o advogado-geral da União, Jorge Messias, o ex-presidente do TCU, Bruno Dantas, a presidente do STM, Maria Elizabeth Rocha, e o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
A possível saída de Cármen Lúcia reacende o debate sobre renovação, representatividade e equilíbrio institucional no STF. Até o momento, nem a ministra nem sua assessoria confirmaram qualquer decisão oficial sobre a aposentadoria.