SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a pasta vai lançar o leilão para contratar mais capacidade para o sistema elétrico na próxima semana.
“Vamos agora na próxima semana já lançar o LRCAP, o leilão das térmicas, para que a gente possa dar pronta resposta, os contratos que vieram vencendo durante os últimos anos, nos momentos de picos, quando são acionadas as nossas térmicas”, afirmou Silveira, em participação no programa “Bom Dia, Ministro”, do CanalGov, nesta terça-feira (14).
Bastante aguardado pelo setor elétrico brasileiro, o leilão de reserva de capacidade vem se tornando cada vez mais urgente diante do forte crescimento das energias renováveis no Brasil, principalmente da fonte solar.
A saída de um elevado volume de geração solar ao final da tarde vem exigindo mais potência do setor elétrico, sendo que o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) possui cada vez menos recursos flexíveis, como usinas de rápido despacho, para mobilizar nesses horários.
O governo lançou uma proposta para o leilão que prevê contratação de diferentes fontes termelétricas, incluindo carvão, óleo combustível e gás natural. Para os contratos de fornecimento de potência no médio prazo, a competição deve habilitar ainda projetos de ampliação de hidrelétricas.
Silveira afirmou ainda nesta manhã que o governo tem “expectativa muito grande” de lançar este ano o primeiro certame para contratar baterias e sistemas de armazenamento de energia para o Brasil.
Segundo o ministro, as baterias permitirão armazenar a produção intermitente das fontes renováveis eólica e solar.
“Nós vamos através da bateria ter o sol até 22h, a energia solar armazenada em baterias, é um grande sistema que vem estabilizar o nosso sistema elétrico”.
Na semana passada, Silveira indicou que a demanda para o certame do governo para contratação de baterias poderia ficar em cerca de 2 gigawatts (GW).
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O ministro disse também que o Brasil não precisará discutir o retorno de horário de verão no momento, já que as chuvas e o planejamento garantiram “condição de segurança energética completa e absoluta” para este ano.
Em 19 de agosto, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou a abertura de consulta pública sobre o leilão de transmissão de 2026, que inclui R$ 1 bilhão em obras projetadas para reduzir cortes de geração que têm afetado usinas eólicas e solares do Nordeste.
Marcado para 27 de março, o certame deverá oferecer cinco lotes, prevendo a construção de 661 quilômetros de novas linhas, continuidade da operação de ativos já existentes, entre outros. Ao todo, os projetos incluídos na licitação somam R$ 3,31 bilhões em investimentos estimados.
O maior lote do leilão, com R$ 1,1 bilhão em aportes previstos, envolve a instalação de compensadores síncronos em subestações do Ceará e Rio Grande do Norte.
As instalações do certame de transmissão de 2026 estarão distribuídas em 12 estados (Bahia, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo) e deverão gerar cerca de 9.000 empregos diretos e indiretos, estimou a Aneel.
APAGÃO NESTA TERÇA
O ministro também comentou o apagão que atingiu ao menos oito estados do Brasil e o Distrito Federal, na madrugada desta terça-feira (14). “Não é falta de energia, é um problema na infraestrutura que transmite a energia”, disse.
“Quando se fala sobre apagão, a gente lembra aqueles tristes episódios de 2001 e 2021, que aconteceram por falta de energia e planejamento”, afirmou ao programa Bom dia, Ministro. “Hoje temos muita energia.”
O ministro afirmou que os danos à rede foram pontuais e que haverá uma reunião da ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) às 11h para levantar mais informações sobre o episódio. Ele não afirmou quantos estados foram afetados ao certo, mas disse que a energia foi reestabelecida em uma hora e meia.