SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi recebido nesta segunda-feira (13) com aplausos na Knesset, o Parlamento de Israel, onde discursou sobre o fim do conflito em Gaza. O líder americano disse que “não se trata apenas do fim de uma guerra, mas do fim da era do terror e da morte”.
“Gerações no futuro lembrarão deste momento como aquele em que tudo começou a mudar”, afirmou. Trump foi interrompido no começo de sua fala pelo protesto de dois congressistas contrários à presença do americano. Um deles, Ayman Odeh, segurava uma placa que dizia “reconheça a Palestina” e o outro, Ofer Cassif, tentou exibir um cartaz similar. Ambos foram retirados do local pelos seguranças do Parlamento.
O republicano voltou a ser aplaudido pelo restante dos presentes. “Isso foi eficiente”, afirmou Trump, ironizando o protesto, antes de seguir com seu discurso.
Trump elogiou o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, por sua “grande coragem e patriotismo”. “Ele não é a pessoa mais fácil de lidar, mas é isso que o torna grande.” Depois, chamando-o pelo apelido, acrescentou: “Você não está mais em guerra, Bibi. Você pode ser mais simpático”.
O presidente americano também agradeceu “a todas as nações do mundo árabe e muçulmano que se uniram para pressionar o Hamas”. Mencionou o Irã, inimigo histórico de Israel, e um possível acordo de paz. “Sabe o que seria ótimo? Se pudéssemos fazer um acordo de paz com eles. Vocês ficariam felizes com isso? Não seria bom? Porque eu acho que eles querem. Acho que estão cansados.”
Os EUA bombardearam as três principais instalações do programa nuclear iraniano em junho, encerrando um conflito de 12 dias entre Teerã e Tel Aviv. “A última coisa que eles querem é começar a cavar buracos novamente em montanhas que acabaram de ser destruídas. Eles não farão isso. Eles querem sobreviver”, disse Trump no Knesset.
O americano pediu ainda que o presidente de Israel, Isaac Herzog, conceda anistia a Netanyahu que está sendo julgado por acusações relacionadas a suborno, fraude e quebra de confiança todas as quais ele nega. “Quem diabos se importa com essas acusações?”, questionou.
Antes dos ataques terroristas do 7 de Outubro de 2023, Netanyahu era alvo de uma série de protestos devido a uma controversa reforma judicial que tentava implementar. Os processos criminais pelos quais ele responde também engrossavam o coro contra sua permanência no poder. Por isso, o premiê é acusado de ter prolongado a guerra com o Hamas para manter sua situação política em segundo plano.
Netanyahu discursou antes do americano e agradeceu aos esforços do presidente pelo fim da guerra. “Nunca vi ninguém mover o mundo tão rapidamente, tão decisivamente, tão resolutamente quanto nosso amigo Donald J. Trump”, disse o premiê, que depois se referiu ao americano como o melhor amigo que Israel já teve na Casa Branca.
Segundo a imprensa israelense, Trump visitaria ainda nesta segunda o hospital para onde os 20 reféns soltos pelo Hamas foram levador para tratamento médico, mas teve que cancelar a agenda. O americano estaria atrasado em relação ao horário de saída de Israel originalmente previsto para participar da cúpula na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh onde, mais tarde, assinou o acordo de paz entre Tel Aviv e Hamas junto com lideranças dos países mediadores Turquia, Qatar e Egito.
A visita do americano também ocorreu no mesmo dia em que 20 reféns vivos do Hamas serem libertados e de Tel Aviv soltar quase 2.000 prisioneiros palestinos.