SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “As siglas das agências governamentais ficam um pouco mais fáceis”, diverte-se Keri Russell, 49, ao falar sobre como é estar de volta para a terceira temporada de “A Diplomata”, que estreia na quinta-feira (16) na Netflix. “Você pensa: ‘Ah, essa eu conheço! Conheço essa! Não preciso mais memorizar isso aqui’. Essas pequenas coisas tornam tudo muito mais divertido, porque mostram que você dominou o trabalho. Isso é realmente ótimo.”
A atriz, que na produção dá vida à embaixadora americana em Londres, Kate Wyler, conta que já aprendeu violoncelo para um trabalho e andou a cavalo com cowboys canadenses para outro, mas que o conhecimento adquirido com a série foi diferente. “Sabe, aqui estamos apenas consumidos com a forma como o governo funciona e como nos relacionamos com outros países”, explica. “Acho especialmente interessante agora.”
Ela diz que, para se preparar, conheceu pessoas como Samantha Power, que foi embaixadora dos EUA na ONU durante o governo de Barack Obama. “São servidores públicos incríveis, então me sinto honrada e orgulhosa em contar qualquer pequena parte que possamos de suas histórias”, afirma.
“Algumas dessas pessoas são servidores públicos na verdadeira acepção da palavra, que poderiam estar fazendo muitas coisas na vida que as faria ganhar muito mais dinheiro”, destaca. “Elas estão trabalhando no nosso governo por muito menos dinheiro, colocando suas vidas, sacrificando tanto. Eu realmente sinto que Kate é uma dessas trabalhadoras altruístas.”
Além desse aspecto, Keri tem outras qualidades que gosta de atribuir à personagem. “Amo a determinação, a franqueza… E ela é engraçada, sabe? Inteligente e engraçada. Quero dizer, não tem como melhorar”, avalia.
Sobre a relação de Kate com Hal Wyler, o marido da personagem, ela diz adorar a dinâmica entre os dois. “É um relacionamento tão divertido de interpretar”, afirma. “Adoro como eles são inteligentes e igualmente mesquinhos um com o outro (risos). É muito prazeroso, é simplesmente a coisa mais divertida que já fiz trabalhando. Fico animada para ler os episódios.”
Rufus Sewell, 57, que interpreta o personagem, é igualmente alvo de elogios. “Ele está sempre presente quando você está trabalhando com ele. E sei que, mesmo se eu arriscar muito, ele está lá para me apoiar, e farei o mesmo por ele”, comenta Keri. “Ele é um ótimo parceiro de cena.”
A atriz, que não pode dar muitos spoilers do que vem por aí, diz que a trama vai ser retomada exatamente do ponto em que terminou a segunda temporada. Ou seja, vai acompanhar os desdobramentos da morte do presidente americano William Rayburn (Michael McKean), que passou mal enquanto falava ao telefone com Hal.
“Adoro para onde vai a terceira temporada”, diz ela. “O primeiro episódio, em particular, amo tantos aspectos dele. Ele atinge todos esses pontos que eu realmente amo em nosso programa. A explicação sobre esses processos governamentais, adoro aprender sobre tudo isso. Há tanto que não sabemos sobre o que eles fazem. Então gosto de lançar luz sobre isso.”
“E amo a humilhação pessoal e a devastação que acontece no final com a Kate”, comenta, sem dar detalhes. “Quero dizer, perder é simplesmente algo tão divertido de se fazer como atriz (risos). E como personagem. Eu amo isso. Então estou muito grata e feliz com tudo.”
Allison Janney, que vive a vice-presidente Grace Penn e terá novamente uma participação de grande destaque na nova temporada, diz que o roteiro já traz praticamente tudo sobre a personagem de forma mastigada. “Muito de como eu a encontrei estava ali na página, em sua quietude, em seu poder”, elogia.
“Ela é uma mulher que é incrivelmente capaz e pronta para estar onde está dentro da Casa Branca”, comenta. “Como uma mulher que foi subestimada durante toda sua carreira, ela sabe qual é o jogo e sabe como você tem que jogá-lo. Mas acho que é apenas uma mulher que está tomando decisões realmente difíceis e duras -e que qualquer homem tomaria-, mas, por ser mulher, ela é julgada severamente por isso.”
Criadora da série, Debora Cahn diz que é difícil pensar em superar o que foi idealizado como ápice da temporada anterior. “Sempre parece que mal sobrevivemos. Saímos de uma temporada pensando: ‘Meu Deus, que coisa mais louca aconteceu’. Só então você percebe que diz isso sobre cada temporada de televisão que faz (risos).”
Ela comemora o fato de ter tido a oportunidade de desenvolver as tramas desde que a série estreou, em 2023. “O gostoso da televisão de longo formato é que você entra em um relacionamento de alguns anos e estabelece esses personagens na mente do público”, explica. “Então você pode entrar com o tipo de nuance que acho que experimentamos na vida real, sem ter que explicar cada coisinha.”
Já sobre a política da vida real, ela diz que tenta não se inspirar muito porque a maioria das coisas parece ficção. “Muito do que está acontecendo no mundo agora parece mais adequado a um filme da Marvel do que a um drama realista”, brinca.
Mais séria, ela comenta que é desafiador tentar antecipar como estará o mundo quando o que ela está escrevendo for ao ar. “É difícil porque estamos roteirizando algo que só vai passar daqui a dois anos, é difícil prever exatamente como vamos estar”, afirma. “Esperamos que as coisas melhorem, ou ao menos que não piorem, mas os conflitos básicos com os quais as pessoas dessa área lidam permanecem os mesmos.”
“A DIPLOMATA” – 3ª TEMPORADA
Quando Estreia 16/10 na Netflix
Classificação 16 anos
Elenco Keri Russell, Rufus Sewell, David Gyasi, Ali Ahn, Rory Kinnear, Ato Essandoh, Allison Janney e Bradley Whitford, entre outros