BELO HORIZONTE, MG (UOL/FOLHAPRESS) – Casal de israelenses sequestrados pelo Hamas nos ataques de 7 de outubro de 2023 se reencontrou após dois anos. Um vídeo que mostra os dois sendo levados por integrantes do grupo terrorista viralizou na época do ataque. Noa Argamani voltou para casa em 2024, mas o companheiro dela, Avinatan Or, ficou mais um ano sob custódia do Hamas e foi libertado nesta segunda.

O Hamas libertou nesta segunda-feira (13) os 20 reféns israelenses que ainda estavam sob o poder do grupo palestino desde o início do conflito. Entre eles, está Avinatan Or, sequestrado em uma rave no sul de Israel, em 7 de outubro de 2023, junto com a namorada, Noa Argamani. Com a libertação de Avinatan, o casal se reuniu novamente e teve a foto do momento publicada nas redes sociais das Forças de Defesa de Israel: “Juntos novamente”

A jovem, que tinha 25 anos na época do sequestro, foi libertada em uma operação militar israelense em junho de 2024. Logo após o resgate, Noa começou a militar nas redes sociais e em eventos pelo retorno de Avinatan e de outros reféns que ainda estavam sob o domínio do Hamas.

QUEM SÃO NOA E AVINATAN

Noa tinha 25 anos quando foi sequestrada em uma rave. Em entrevista a um jornal israelense, ela contou que estava prestes a começar o terceiro ano de estudos em sistemas de informação e engenharia de software na Universidade Ben-Gurion, em Beersheva. Filha única, a jovem perdeu a mãe três semanas após voltar para casa.

Avianatan tem 32 anos e é o segundo de sete irmãos em uma família religiosa da colônia de Shilo. Ele estudou engenharia também na Universidade Ben-Gurion, onde conheceu Noa.

REFÉNS VIVOS QUE SEGUIAM EM GAZA FORAM LIBERTADOS HOJE

Reféns foram entregues pelo Hamas foram entregues à Cruz Vermelha de Israel em dois grupos diferentes. O primeiro deles tinha sete pessoas, todos homens, e o segundo 13 pessoas. Esta é, oficialmente, a primeira etapa do cessar-fogo entre os dois lados. A lista divulgada por Israel prevê soltar 250 palestinos que cumprem penas de prisão perpétua e 1.700 moradores de Gaza detidos desde os ataques de 7 de outubro. O Hamas, por sua vez, se comprometeu em soltar 48 israelenses.

Parte dos prisioneiros de Israel também foi liberada e está a caminho de Gaza. O Hamas tentou alterar lista de prisioneiros que serão entregues por Israel. Um representante da autoridade palestina próximo às negociações contou que o grupo ainda luta pela libertação de sete prisioneiros de alto escalão. Entre eles estão Marwan Barghouti, líder do Fatah, e Ahmad Saadat, da Frente Popular para a Libertação da Palestina.

Israel e Hamas devem agora negociar a implementação dos próximos passos do plano de 20 pontos dos EUA. O plano prevê que o grupo palestino se desarme e renuncie ao controle de Gaza após o fim do conflito. Os representantes islâmicos afirmam que não governarão o território depois da guerra. “É um assunto encerrado”, disse à AFP uma fonte do movimento islamista próxima às negociações, em condição de anonimato.

“O Hamas não participará de forma alguma da fase de transição, o que significa que abriu mão do controle da Faixa, mas continua sendo uma parte fundamental do tecido social palestino”, disse líder do Hamas à AFP.

Comentários antecedem a realização de cúpula para debater o futuro de Gaza, prevista para nesta segunda-feira (13). O encontro da paz é idealizado por Trump e pelo presidente do Egito, Abdel Fattah Al Sisi. A cúpula está programada para acontecer no Egito, território que faz fronteira com a Faixa de Gaza, deve reunir representantes de mais de 20 países. Ainda não se sabe se o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, participará das reuniões.

Mediadores ainda enfrentam a difícil tarefa de garantir uma solução política de longo prazo. Apesar do aparente progresso, as lideranças temem que o Hamas não entregue suas armas e tente manter o controle de Gaza. “O Hamas aceita uma trégua de longo prazo e que suas armas não serão usadas durante esse período, exceto em caso de ataque israelense”, disse uma fonte próxima à equipe de negociação.

Netanyahu afirma que ainda há “grandes desafios de segurança pela frente”. Em pronunciamento, o primeiro-ministro de Israel enalteceu a atuação do Exército Israelense. Ele prevê o “começo de um novo caminho” após a liberação dos reféns, mas afirma ainda estar em alerta com futuras reações do Hamas.”

Governo de Israel cobra apoio para eliminar passagens subterrâneas do Hamas. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou, em um post no X, que o principal desafio, após o cessar-fogo na Faixa de Gaza e a troca de reféns, será a “destruição de todos os túneis terroristas do Hamas”. Ele afirma que a estratégia será “estabelecida sob a liderança e supervisão dos EUA”.