SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reunirá nesta segunda-feira (13) com líderes europeus e árabes em uma cúpula em Sharm el-Sheikh, no Egito, sobre o acordo de paz na Faixa de Gaza. O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, recusou o convite e ficará de fora.

O líder americano fez uma parada em Israel, onde discursou sobre o fim do conflito no Parlamento e foi ovacionado. Em seguida, por volta das 10h30 de Brasília, Trump embarcou rumo ao país árabe. Ele desembarcou cerca de uma hora depois e foi recebido pelo líder egípcio, Abdel Fatah Al-Sisi.

Os dois vão presidir a cúpula desta segunda.

As agendas ocorrem no mesmo dia em que 20 reféns vivos dos ataques terroristas do Hamas foram libertados e que Tel Aviv soltou os quase 2.000 palestinos presos desde o início da guerra.

O chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, o presidente da França, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, estarão presentes.

O emir do Qatar, Sheikh Tamim bin Hamad al-Thani, e o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, também estão entre os líderes confirmados. Ambos os países ajudaram a intermediar o cessar-fogo entre Israel e Hamas que entrou em vigor na manhã da última sexta-feira (10).

A presença do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, era esperada, como parte de um esforço dos líderes regionais para promover a participação da entidade na estabilização de Gaza. Não há previsão de que representantes do Hamas participem.

O acordo de paz é baseado em um plano de 20 pontos proposto por Trump. Com a libertação dos reféns e dos prisioneiros, a cúpula discutirá as próximas fases do acordo. Os mediadores ainda enfrentam a difícil tarefa de garantir uma solução política de longo prazo e ainda precisam definir algumas questões delicadas que levaram ao fracasso de tentativas de paz anteriores.

Um dos principais impasses ao longo dos dois anos de guerra na Faixa de Gaza foi em relação ao desarmamento do Hamas. Netanyahu sempre afirmou que o objetivo do conflito era aniquilar o grupo terrorista, que por sua vez nega entregar as armas sem a criação de um Estado palestino.

Outras questões ainda em aberto são a governança de Gaza —a proposta de Trump é estabelecer uma autoridade de transição liderada por ele mesmo— e a reconstrução do território, devastado por bombardeios israelenses praticamente diários nesses dois anos.