RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Julia Polastri acerta um chute e uma sequência de socos em Karolina Kowalkiewicz. A arbitragem interrompe e decreta a vitória da brasileira no UFC Rio. Ainda no octógono, um grito efusivo que se tornou, além da celebração, uma conexão com a arquibancada.
“Foi uma celebração, mas eu olhava para a galera e foi algo muito importante porque, esse momento, não era apenas meu, para eu aproveitar. É um momento de muita gente. Muitos me acompanham desde quando eu não tinha nada no treino, e ter essa vitória foi muito importante”, disse Julia Polastri.
Julia começou no muay thai aos 17 anos, por lazer. Na juventude, pensava em ser cantora, mas, aos poucos, a rota foi mudando. Apenas dois anos após os primeiros passos, competia profissionalmente.
O sonho de se tornar lutadora, porém, pareceu distante quando perdeu o emprego. Em busca de renda para se manter nos treinos, passou a vender trufas no trem no Rio.
“É uma emoção que nem consigo controlar. Muitas pessoas compraram minhas trufas, e essa luta foi por eles também. A única pessoa que me apoiou, no começo, foi o Douglas, meu treinador [e marido]. E as pessoas no trem acreditavam em mim, diziam: ‘estou com você’, ‘vou estar sempre torcendo’. E é verdade, porque muitas estão torcendo por mim até nesta hoje, e alguns estavam aqui.”
A rotina dividida entre a bolsa com trufas no trem e os treinos durou cerca de cinco anos. Ela foi contratada pelo UFC em setembro de 2023 e viu a realidade mudar.
Polastri, aos 27 anos, ressaltou a importância de atuar em casa. “Foi muito importante lutar no Rio. Não sei quando terei outra oportunidade de estar aqui (risos). Lutar em casa te faz um pouco mais confortável porque, independentemente de contra quem, você sente o apoio. Eu busquei aproveitar cada momento”.