BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Durante o jantar de alguns dos principais negociadores e diplomatas da COP30, a conferência de clima da ONU (Organização das Nações Unidas), a ONG Greenpeace fez uma série de projeções para cobrar medidas para zerar o desmatamento florestal, no início da noite deste domingo (12).

A ação aconteceu em frente à Torre de TV, em Brasília (DF), durante a recepção de autoridades que chegaram na cidade para a pré-COP, evento que acontece um mês antes da cúpula principal e que serve para reuniões preliminares à negociação formal.

Segundo a organização do evento, mais de 70 delegações (de um universo de quase 200) estarão na capital brasileira para as conversas, que acontecem segunda-feira (13) e terça (14).

A COP30 será em Belém, capital do Pará, entre 10 e 21 de novembro deste ano.

O Greenpeace projetou, em seis línguas diferentes, dados de uma uma pesquisa sobre realizada pelo instituto Opinium. De acordo com o estudo, realizado em 17 países, 86% dos entrevistados defende que a proteção das florestas é fundamental para enfrentar as mudanças climáticas, e 82% querem que seus respectivos governos ampliem ações de combate ao desmatamento.

A pesquisa ouviu 17 mil pessoas, conforme proporções de idade, gênero e região, divididas igualmente em 17 nações: Quênia e África do Sul, na África; Argentina, Brasil, Colômbia, Canadá e Estados Unidos, nas Américas; Indonésia, Malásia e Coreia do Sul, na Ásia; Austrália, na Oceania; e Dinamarca, França, Alemanha, Países Baixos, Espanha e Reino Unido, na Europa.

“Os governos precisam ouvir suas populações e agir de acordo com suas responsabilidades morais, legais e políticas para pôr fim ao desmatamento e manter vivo objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5°C”, diz o Greenpeace.

A organização cobra que todos os países cumpram com o Acordo de Paris, no que diz respeito a zerar o desmatamento até 2030, e pede que qualquer um que lucre com a destruição de florestas pare de receber recursos.

No Brasil, a pesquisa afirma que 93% dos entrevistados quer que o governo faça mais para combater essa prática (dado que foi projetado durante a ação deste domingo), e 80% confiam mais nos povos indígenas para proteger a natureza que em outros grupos ou entidades.

Sob reserva, integrantes da sociedade civil também reclamam que a pré-COP abriu pouco espaço para a participação deste setor —o próprio Greenpeace não recebeu nenhuma credencial para participar dos debates formais, mas preparou programações paralelas em Brasília, além da projeção.