SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A polícia do Distrito Federal prendeu em flagrante na quinta-feira (9) um homem de 49 anos que mantinha a mãe, uma idosa de 72 anos, em cárcere privado há 2 anos, vivendo em condições precárias, vítima de violência e comida escassa.
Homem foi preso pelo crime de maus-tratos. A investigação começou após uma denúncia anônima. Testemunhas disseram ouvir ofensas verbais sofridas pela idosa e que ela também era vítima de violência física. Vizinhos relataram à polícia que ouviam choros e gritos com frequência.
Suspeito se recusou a abrir o portão quando a polícia chegou ao local. Ele foi hostil com os PMs, que precisaram pedir apoio de outras equipes para controlar o comportamento agressivo antes de fazerem o resgate da idosa.
Casa estava em situação precária. Segundo a polícia, todos os cômodos tinham acúmulo de lixo, além de comida podre e medicamentos espalhados. Por conta do estado do local, o ambiente tinha um cheiro muito forte.
Idosa estava sem nenhuma condição de higiene. Os policiais a encontraram bastante debilitada, com feridas abertas e as unhas sem cortar. Ela tem pressão alta, diabetes e se alimentava apenas com pão, leite, panetone e água de torneira.
Ela não saía de casa há mais de dois anos. Segundo relatou, o filho tem TOC (transtorno obsessivo-compulsivo) e impedia que ela saísse de casa, limpasse o local ou tivesse contato com outras pessoas.
Filho controlava a pensão da mãe e não permitia que ela tivesse acesso ao dinheiro. O valor era de cerca de R$ 5.000. Ele chegou a usar parte da quantia para fazer uma viagem ao Rio de Janeiro e assistir ao show da Madonna em Copacabana. Na época, deixou a mãe trancada em casa durante sua ausência.
Mulher tem outra filha, que mora longe. Segundo a própria vítima, ela mantém contato por telefone com essa mulher, que atualmente vive na Bahia.
Polícia abriu um inquérito para investigar o caso. A pena pelo crime de maus-tratos contra idoso, crime pelo qual o filho foi preso em flagrante, varia de dois a cinco anos. Também foram solicitadas medidas protetivas para a vítima ao Judiciário.