RIO DE JANEIRO, RJ, E BARCELONA, ESPANHA (UOL/FOLHAPRESS) – Um gol decisivo nos acréscimos, centenas de fãs gritando seu nome do outro lado do planeta e, para fechar, dois gols com a seleção brasileira. Estêvão Willian viveu uma semana movimentada, que o fez mudar de tamanho na própria seleção, mas também no futebol mundial.
Aos 18 anos, o brasileiro ainda não é titular absoluto no Chelsea, mas já mostra que chegou para ficar no atual campeão mundial. O gol do 2 a 1 sobre o Liverpool, marcado no sábado passado, foi apenas o primeiro dele pelos Blues, mas causou comoção na torcida em Stamford Bridge.
O mesmo fenômeno tem acontecido na seleção: Estêvão ainda não é titular, mas aproveitou a chance contra a Coreia do Sul e marcou duas vezes na goleada por 5 a 0. Com três gols marcados sob o comando de Carlo Ancelotti, ele é o artilheiro da equipe desde que o treinador italiano assumiu o cargo.
“Minha satisfação é com o jogo coletivo. Se você coloca uma base forte, com uma equipe sólida na defesa, a qualidade individual na frente aparece. E hoje saiu muito bem porque Rodrygo fez uma partida muito boa, Estêvão também ”, disse o treinador, ainda no estádio.
Desde que chegou à seleção, Ancelotti colocou o ponta então ainda no Palmeiras como um dos pontos centrais de seu projeto e estava nas três listas de convocados feitas pela comissão técnica até agora.
PASSANDO NA FRENTE
A atuação contra a Coreia do Sul colocou Estêvão em outro patamar na hierarquia dos atacantes da seleção brasileira. Se antes ele era visto como uma opção para suprir a ausência de um titular Vini Jr., Rodrygo ou Raphinha, por exemplo, a partir de agora ele disputa um lugar no time, sem dever nada para os demais.
Esse crescimento do ex-jogador do Palmeiras o aproxima cada vez mais da Copa do Mundo, preenchendo uma das vagas no ataque, onde a concorrência ainda é intensa.
A explosão de Estêvão, a menos de um ano para a Copa, o coloca em vantagem contra seu próprio ídolo, Neymar, que luta contra lesões e nunca foi convocado por Ancelotti. Outro que viu o ponta do Chelsea “furar a fila” foi Endrick, que continua sem jogar no Real Madrid.
Uma solução para o atacante seria aceitar um possível empréstimo para ter chances de atuar. Por enquanto, ele continua repetindo que não quer sair do clube merengue.
ESTEVÃOMANIA
Estêvão já conquistou Ancelotti nos treinos e vai ganhando a torcida brasileira nos jogos. Só que, na Coreia do Sul, ele experimentou uma sensação nova: a de ser uma referência para centenas de torcedores, que foram atrás da seleção no hotel e no campo de treinamentos em Seul.
A “Estevãomania” teve camisas do Palmeiras, do Chelsea, gritos, pedidos por fotos e autógrafos e até uma pintura que um fã fez e levou para dar ao jogador, que não escondeu a surpresa com tanto carinho.
“(Surpreendeu) Bastante. Porque você está do outro lado do mundo. É uma coisa incrível, ainda mais vindo de onde eu saí e estar recebendo esse carinho. Serve de motivação para saber que estou no caminho certo, que estou trabalhando, lutando todos os dias para estar onde quero chegar e realizar todos os meus sonhos”, disse, em entrevista coletiva nesta quarta-feira.
Depois de golear a Coreia do Sul, a delegação parte para o Japão. Na terça-feira (14), às 7h30 (horário de Brasília) enfrentará a seleção local.