SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em meio à alta de roubos na área do distrito policial do Capão Redondo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) disse que pretende aumentar o número de câmeras na região da zona sul de São Paulo.

O prefeito também disse pagar R$ 1 milhão por dia nas 2.400 diárias de operação delegada, o chamado bico oficial, para policiais militares reforçarem o patrulhamento na cidade.

“Naquela região do Capão, Campo Limpo, nós temos 2.227 câmeras do Smart Sampa. Já pedi ao secretário Orlando, vamos colocar ao menos o dobro desse número para que ajude no monitoramento e nas ações das polícias Civil, Militar e Municipal.”

A declaração foi dada após a participação do prefeito em um seminário realizado na Câmara paulistana na manhã desta sexta-feira (10) com o deputado federal e presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, Paulo Bilynskyj (PL-SP).

A série de encontros, segundo o parlamentar, tem a função de recolher demandas, sugestões e reclamações dos agentes de segurança. Havia representantes da PRF (Polícia Rodoviária Federal), das polícias Civil, Militar e Penal e também da Guarda Civil Metropolitana da capital paulista, além da vereadora Sonaira Fernandes (PL).

Também houve espaço para elogios ao Smart Sampa, programa de monitoramento da prefeitura com reconhecimento facial, nas falas de abertura do prefeito e do deputado, além de críticas à Defensoria Pública de SP após um pedido para que a prefeitura não usasse o monitoramento durante o Carnaval da capital neste ano.

O prefeito voltou a defender a volta do lacre metálico nas placas para evitar a falsificação dos objetos, o que facilitaria, segundo a gestão, a identificação de veículos roubados, furtados ou usados em crimes. Bilynskyj afirmou que o lacre também pode ser falsificado e disse que a identificação do veículo, segundo pesquisas que fez, poderia ser feita, em vez da placa, com tecnologias similares às de tags usadas por sistemas de pedágio e estacionamento.

Em entrevista à imprensa após a participação no evento, o prefeito também criticou a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Segurança e disse que o projeto não tem atendido a “anseios da sociedade nessa centralização no governo federal.”

“Eu faço paralelo com a proposta do governador Ratinho [Junior (PSD), do Paraná], que fala para a gente começar a pensar em ter legislações estaduais com relação à [área de] segurança e à criminal. Centralizar no governo federal ações tão distintas entre as regiões não me parece razoável.”

O argumento de centralização também foi dito pelo relator da PEC na CCJ (Comissão de Constituição de Justiça da Câmara), o deputado Mendonça Filho (União Brasil-PE), que retirou do texto um trecho que permitia ao governo federal legislar exclusivamente sobre normas gerais de segurança pública, defesa social e sistema penitenciário.

Nunes disse esperar que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não ponha o texto em votação ainda neste ano. “Uma PEC sem efetividade e não adianta, né? Acho que isso seria até uma irresponsabilidade, e o deputado Hugo Motta tem muita sensibilidade, tenho certeza de que ele não vai fazer isso.”