SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Israelenses se reuniram nesta sexta-feira (10) na chamada praça dos reféns, em Tel Aviv, para uma oração matinal durante o feriado judaico de Sucot. O evento ocorreu após o governo israelense ratificar um cessar-fogo com o grupo terrorista Hamas, que inclui a liberação dos sequestrados pelo grupo terrorista que ainda estão na Faixa de Gaza.
Homens e mulheres se sentaram separadamente, conforme é costume no judaísmo ortodoxo.
A praça, localizada em frente ao Museu de Arte, tornou-se um símbolo do movimento que pede o retorno dos reféns após os familiares começaram a se reunir ali, devido à proximidade com o quartel-general das Forças Armadas.
O Exército de Israel anunciou nesta sexta-feira que o cessar-fogo em Gaza entrou em vigor ao meio-dia do horário local (6h em Brasília), um dia após o governo ter aprovado o acordo assinado com o Hamas.
O recuo das tropas israelenses abre a contagem do prazo para a libertação dos reféns israelenses em até 72 horas, em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinos detidos em Israel.
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, afirmou nesta sexta-feira que as forças israelenses permanecerão em Gaza para exercer pressão sobre o Hamas até que o grupo se desarme.
O premiê também declarou que todos os reféns retornarão nos próximos dias, além de indicar que 20 sequestrados continuam vivos em Gaza e os outros 28 morreram.
Após o anúncio do início do cessar-fogo, milhares de palestinos deslocados pelo conflito começaram a caminhar em direção às suas casas. Uma fila enorme de pessoas avançava rumo à Cidade de Gaza, a capital e maior área urbana do território, que vinha sendo bombardeada por Tel Aviv.
A primeira fase do plano do presidente dos EUA, Donald Trump, para encerrar a guerra ainda prevê que as forças israelenses se retirem de algumas das principais áreas urbanas de Gaza, embora ainda controlem cerca de metade do território.
Ainda há, porém, muitos riscos. Etapas adicionais do plano de Trump ainda precisam ser acordadas, incluindo como a devastada Faixa de Gaza será administrada e o destino final do Hamas, que até agora rejeitou as exigências de Israel de desarmamento do grupo.
O Ministério do Interior palestino, administrado pelo Hamas, disse nesta sexta-feira que implantaria forças de segurança nas áreas de onde o Exército israelense se retirou. Não estava imediatamente claro se os combatentes retornariam às ruas em número significativo, como fizeram durante cessar-fogos anteriores, ação que certamente seria vista por Israel como uma provocação.
Trump disse que viajará à região no fim de semana, possivelmente para participar de uma cerimônia de assinatura do plano no Egito.