Da Redação

O Ministério Público de Goiás (MPGO) entrou com uma ação civil pública contra a WePink, empresa de cosméticos da influenciadora Virginia Fonseca, acusando a marca de práticas abusivas e desrespeito sistemático aos direitos do consumidor. O órgão também solicitou uma tutela de urgência para suspender as vendas promocionais da marca até que todos os pedidos atrasados sejam entregues.

Nos últimos doze meses, a WePink registrou mais de 94 mil reclamações no site Reclame Aqui e 340 denúncias formais no Procon Goiás. A promotoria aponta seis irregularidades recorrentes: atrasos nas entregas, não envio de produtos pagos, resistência em realizar reembolsos, atendimento ineficiente, exclusão de críticas nas redes sociais e envio de cosméticos com defeitos.

Um dos pontos mais graves da ação é a admissão feita por Thiago Stabile, sócio da WePink, durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais. Ele reconheceu que a empresa chegou a vender produtos sem tê-los em estoque, justificando o problema com o crescimento acelerado da marca. Para o MP, essa prática caracteriza má-fé contratual e publicidade enganosa, uma vez que os consumidores eram induzidos a acreditar que o produto seria entregue em até 14 dias.

O MPGO solicita que a empresa seja obrigada a entregar todos os produtos pagos, criar um canal de atendimento humano com resposta em até 24 horas, e implementar um sistema de cancelamento e reembolso ágil, com devolução em até sete dias. A ação também prevê multa diária de R$ 1 mil em caso de descumprimento.

Além disso, o Ministério Público pede indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 5 milhões, a ser destinada ao Fundo Estadual de Defesa do Consumidor. A promotoria ainda defende que os sócios da empresa respondam pessoalmente pelos prejuízos causados, já que participaram das campanhas de vendas e tinham ciência das falhas operacionais.

O promotor Élvio Vicente da Silva também criticou a estratégia de marketing da marca, baseada em “ofertas-relâmpago” e estímulo à compra por impulso, o que, segundo ele, se aproveita da vulnerabilidade emocional dos consumidores.

Até o momento, Virginia Fonseca e a WePink não se manifestaram sobre o processo.