SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil de São Paulo aguarda a conclusão da perícia iniciada na manhã desta quinta-feira (9) para dar desfecho ao inquérito que apura o desabamento de um mezanino no restaurante Jamile, na região da Bela Vista, em São Paulo.

O incidente ocorreu na quarta (8) e matou a cozinheira Suênia Maria Tomé Bezerra, 51, que trabalhava no estabelecimento. Ela ficou presa aos escombros da estrutura que cedeu e sofreu uma parada cardiorrespiratória.

A Política Técnico-Científica esteve no restaurante na manhã desta quinta e tem até dez dias para entregar o laudo, prazo que pode ser prorrogado.

A polícia ainda não terminou de ouvir as testemunhas do caso. Nem todos os funcionários tinham condições de prestar depoimento nas horas seguintes à tragédia e parte deles ainda passa por acompanhamento médico.

O desabamento feriu cinco pessoas. Outras duas precisaram de atendimento psicológico, informou o Corpo de Bombeiros.

Suênia será enterrada em Monteiro, na Paraíba, sua cidade natal. Ela era conhecida carinhosamente como Mena, segundo a Prefeitura de Monteiro, que publicou nota de pesar pela morte.

“Suênia, com seu talento e sua força de vontade, estava em São Paulo lutando pelo bem-estar de sua família e alcançou voos profissionais notáveis, chegando a fazer parte da equipe de um dos mais conceituados restaurantes paulistas”, afirma nota conjunta da prefeita Ana Paula Oliveira Barbosa Morato (PSB) e da ex-prefeita Anna Lorena Leite Nóbrega Lago (PSB).

“Gostaríamos, em nome de toda a equipe da gestão municipal e em nome de todas as mulheres e mães de Monteiro, nos solidarizar com parentes e amigos desta monteirense guerreira, que nos deixa em virtude de tamanha fatalidade. Que Deus possa dar conforto a todos, neste momento de tamanha dor. Recebam toda a nossa solidariedade”, afirmaram.

O desabamento do mezanino ocorreu pouco antes das 12h, horário em que o Jamile abriria as portas. A morte de Suênia foi constatada horas depois, às 15h, mas as equipes só conseguiram retirar o corpo por volta das 18h30.

Um homem também chegou a ficar sob a estrutura que cedeu, mas foi resgatado e encaminhado ao Hospital das Clínicas. Ele tinha fraturas no corpo e estava consciente, afirmou o Corpo de Bombeiros.

A Defesa Civil interditou o imóvel após identificar risco de colapso. O CLCB (Certificado de Licenciamento do Corpo de Bombeiros) do prédio consta como válido, e as licenças de funcionamento e sanitária estão regulares, disse a subprefeitura da Sé.

Chef do Jamile, Henrique Fogaça divulgou nota na quarta em que “manifesta sua solidariedade integral às vítimas e a seus familiares, reafirmando que sua principal preocupação neste momento é o bem-estar de todos os envolvidos e o acompanhamento da assistência necessária”.

O restaurante afirmou estar “inteiramente comprometido em oferecer todo o suporte necessário neste momento” e que colabora “com os órgãos públicos competentes para esclarecimento dos fatos”.

Ao todo, dez viaturas foram destacadas para atender a ocorrência, que contou também com a participação de 40 agentes do Corpo de Bombeiros. A Defesa Civil e o Samu também atuaram no resgate.