SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo de São Paulo divulgou o mais recente balanço de casos de intoxicação por metanol nesta quinta-feira (9). De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, o número de casos confirmados subiu para 23, um aumento de três em relação ao dia anterior. Do total de 171 casos registrados, 148 permanecem em investigação.
Os dados revelam cinco mortes confirmadas por intoxicação e outras seis em investigação. Até o momento, já são 152 notificações descartadas após análises clínicas e epidemiológicas, sendo 41 delas apenas no último boletim.
A Vigilância Sanitária realizou nesta quinta-feira (9) uma nova ação em uma adega clandestina em Diadema, onde foram encontradas 125 garrafas de bebidas destiladas interditadas para comercialização. Dessas, 17 foram apreendidas e seis tiveram seu conteúdo descartado.
O material retido aguarda laudo da perícia da Polícia Civil para decidir se será liberado ou inutilizado. Ainda em Diadema, um supermercado foi fiscalizado, resultando na interdição de 511 garrafas.
Na capital paulista, uma distribuidora que operava sem licença foi totalmente interditada. Ao todo, as operações já levaram à interdição de 13 estabelecimentos e à fiscalização de 26 locais. Desde o início das operações de combate à falsificação, em 29 de setembro, as apreensões somam mais de 18,9 mil garrafas, 378 mil rótulos e 100 mil insumos.
Também nesta quinta-feira (9), chegou ao Brasil o lote com 2.500 ampolas de fomepizol para o tratamento de intoxicações por metanol. O antídoto foi importado pelo Ministério da Saúde da farmacêutica japonesa Daiichi-Sankyo. Cerca de 1.500 ampolas serão distribuídas imediatamente.
São Paulo, que concentra o maior número de casos, receberá 288 unidades do medicamento. Os demais estados e o Distrito Federal receberão suas doses a partir desta sexta-feira (10), enquanto outras mil unidades ficarão em estoque.
CPI DO METANOL
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou na quarta-feira (8) a criação de uma CPI para investigar a venda de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol na capital. A comissão, que foi requerida pela vereadora Zoe Martínez (PL), terá sete membros e duração inicial de 120 dias.
A iniciativa surge em meio ao crescimento de casos de intoxicação no estado. O objetivo da CPI é apurar os fatos, ouvindo vítimas e representantes de estabelecimentos suspeitos, para responsabilizar criminalmente os envolvidos, garantir o atendimento às vítimas e propor medidas de fiscalização mais rigorosas. Os líderes partidários têm até 15 dias para indicar os integrantes da comissão.