SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Prefeitura de São Paulo publicou no Diário Oficial da Cidade desta quarta-feira (8) a lista final dos empreendimentos contemplados no 3º chamamento público do seu programa de subvenção econômica que cobre até 25% do custo de retrofits de edifícios no centro da capital paulista.

Diferente de uma reforma comum, um retrofit promove a completa modernização da estrutura de um prédio e, em muitos casos, o adequa a novos usos. Assim como ocorre em outros centros históricos municipais, a técnica tem frequentemente sido aplicada na capital para transformar antigos edifícios comerciais em empreendimentos residenciais.

De acordo com comunicado feito nesta quarta pela Secretaria Municipal de Urbanismo, dos 19 projetos inscritos, 16 foram aprovados pela comissão criada para avaliar as propostas.

Estão nesta lista os históricos Copan, um dos mais famosos projetos de Oscar Niemeyer (1907-2012); o Martinelli, inaugurado em 1934 e frequentemente apontado como primeiro arranha-céu do país, e a antiga sede da Telesp, extinta empresa de telecomunicações estadual. A lista oficial está aqui.

A subvenção faz parte de uma das iniciativas da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) para revitalização da região central e prevê até R$ 1 bilhão para custear retrofits.

Neste terceiro chamamento, a prefeitura disponibilizou o valor de R$ 200 milhões, que segundo o município é o maior já oferecido, mas o valor total pleiteado nesta etapa foi menor. Os 19 projetos inscritos haviam requisitado R$ 75 milhões, também segundo a administração.

Dos 16 projetos credenciados, quatro contemplam unidades para famílias com renda de até três salários mínimos. Esses empreendimentos são chamados de HIS-1 (Habitação de Interesse Social 1). Outros três são para famílias com renda de três a seis salários mínimos, chamados HIS-2.

Para alcançar a faixa máxima de subvenção, de 25%, o imóvel precisa preencher requisitos como uso voltado à moradia, valorização do patrimônio histórico, além de elementos relacionados à integração do projeto com a dinâmica urbana e o uso de tecnologias e procedimentos sustentáveis.

Um edifício localizado na rua José Bonifácio, número 104, atingiu o percentual máximo de subvenção. O imóvel tem como um dos seus diferenciais a destinação de unidades para mulheres em situação de vulnerabilidade e vítimas de violência doméstica.

O emprego de recursos públicos em projetos imobiliários privados é tema de debate em São Paulo, com opiniões favoráveis e contrárias.

Se por um lado críticos afirmam que o recurso municipal deveria ser destinado à construção de moradia popular, por outro apoiadores da medida dizem que dificilmente a requalificação do centro ocorrerá sem apoio para a recuperação de prédios velhos, cujo custo costuma ser superior ao da construção de edifícios novos.

Para tentar evitar que os incentivos municipais sejam capturados apenas por empreendimentos voltados ao público de alta renda, o mecanismo tem uma regra que destina 60% do recurso para projetos de HIS (Habitação de Interesse Social), voltados a famílias com renda de até seis salários mínimos.

A subvenção é uma das iniciativas em curso no município para a recuperação do centro. Imóveis localizados na região podem pleitear outros incentivos econômicos municipais se estiverem dentro do perímetro em que a prefeitura quer estimular a requalificação urbana.

Chamado de Requalifica Centro, o programa que se tornou lei em 2021 prevê vantagens como isenção de IPTU, entre outros, para apoiar a recuperação de prédios construídos até setembro de 1992.

De acordo com levantamento da prefeitura realizado em setembro de 2025, há 40 edifícios em processo de requalificação urbana, sendo 26 projetos aprovados pelo Requalifica Centro e 31 empreendimentos credenciados nos editais da subvenção econômica. Há 17 projetos que participam de ambos os programas.

Dos projetos do Requalifica, 22 empreendimentos são destinados ao uso residencial, sendo apenas um deles voltados à habitação de interesse social e quatro empreendimentos para uso comercial, como hospedagem e escritórios.