SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) sustenta vantagem sobre adversários e continuaria a vencer em todos os cenários de segundo turno testados para as eleições presidenciais de 2026, segundo nova pesquisa Genial/Quaest.
Em eventual disputa contra Tarcísio de Freitas (Republicanos), que é um principais cotados na direita, Lula tem 45% das intenções de voto, contra 33% do governador de São Paulo.
Em relação à pesquisa realizada em setembro, Lula oscilou para cima (antes tinha 43%) e Tarcísio para baixo (antes tinha 35%) a vantagem do petista passou de 8 para 12 pontos na simulação de segundo turno.
Foram realizadas 2.004 entrevistas presenciais com eleitores em 120 municípios, de 2 a 5 de outubro, com margem de erro de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Jair Bolsonaro (PL), inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no caso da trama golpista de 2022, aparece com 36% na simulação de segundo turno, enquanto Lula venceria com 46%.
Em cenário contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o petista tem 46% contra 31% do deputado. Com Michelle Bolsonaro (PL), Lula tem 46% ante 34% da ex-primeira-dama.
No cenário contra Ciro Gomes (PDT), o petista marca 41% ante 32% do ex-ministro. Frente a Ratinho Jr. (PSD), governador do Paraná, Lula soma 44% e o adversário, 31%. Já ante Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, o placar é de 47% a 32%.
Com Ronaldo Caiado (União Brasil), governador de Goiás, o resultado é 46% a 31%. Já contra Eduardo Leite (PSD), do Rio Grande do Sul, 45% a 22%.
O levantamento indica estabilidade na recuperação da imagem do governo, em meio aos rachas na direita e à adesão popular a pautas como a reforma do Imposto de Renda e a rejeição à anistia a Bolsonaro e à PEC da Blindagem.
Após um início de 2025 marcado por crises de popularidade, como a taxação do Pix e os descontos indevidos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), o Planalto tenta capitalizar o discurso de soberania nacional, associar a família Bolsonaro à crise do tarifaço de Donald Trump e reforçar a imagem de Lula como aliado das classes mais pobres.
Apesar da liderança de Lula, a maioria dos eleitores ainda acredita que ele não deveria disputar a reeleição: 56% defendem que ele não concorra, e 42% acham que ele deve tentar novo mandato.
Nesta quinta (9), Lula disse em entrevista para a rádio Apiatã, da Bahia, que será candidato para 2026 se tiver com vigor físico e motivação.
“Se eu, no momento em que decidir, estiver com a motivação que eu tenho hoje, com o vigor físico que eu tenho hoje e com a vontade que eu tenho hoje, eu não tenho dúvida nenhuma de que serei candidato a presidente da República para o quarto mandato”, afirmou.
“Se eu estiver do jeito que estou, serei candidato a presidente da República para ganhar as eleições, porque tenho certeza de que os nossos possíveis adversários devem estar muito mais preocupados, pois sabem que vai ser difícil derrotar a gente na eleição”, continuou.
Ensaiada dois meses atrás, a iniciativa de governadores de direita em busca de unidade contra a gestão Lula perdeu fôlego diante de rachas no segmento e da relutância de Bolsonaro em indicar um sucessor para 2026.
São exemplos a recente troca de ataques envolvendo Caiado e o senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), além da resistência de ministros de ambos os partidos de deixarem o governo Lula com o desembarque da federação formada pelas duas legendas.
O apoio à candidatura de Bolsonaro manteve o patamar após queda depois de o ex-presidente ser condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe. Seguem achando que o ele deveria desistir da corrida e apoiar outro nome 76%. Os que acreditam que ele deve seguir candidato são 18%.
Entre os bolsonaristas, os que defendem que o ex-presidente passe o bastão são 47%. Os que acham que ele deve insistir na disputa, 52%.
Entre eleitores de direita não bolsonaristas, 72% preferem outro nome, contra 25% favoráveis a Bolsonaro.
Foram testados oito cenários de primeiro turno. Em todos Lula lidera.
Eduardo Bolsonaro é o político mais rejeitado entre os eleitores, com 68% dizendo que não votariam nele. Em rodada anterior da pesquisa, ele empatava no limite da margem de erro com seu pai, Jair Bolsonaro, que marcava 64%, agora 63%. A dupla é seguida por Michelle (61%) e Ciro Gomes (50%).
Eduardo está nos EUA desde março, de onde comanda uma campanha por sanções para livrar seu pai da prisão. Ele é alvo de uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados que pede a perda do mandato por quebra de decoro.
Os congressistas que apresentaram o documento sustentam, entre outras coisas, que Eduardo fez ataques reiterados a instituições, especialmente ao STF; incitou contra o processo eleitoral ao afirmar que “sem anistia para Jair Bolsonaro não haverá eleição em 2026”; e ainda atuou junto a autoridades estrangeiras para constranger instituições brasileiras.
O relator da representação defendeu nesta quarta-feira (8) o arquivamento do caso.
Colaborou Raquel Lopes, de Brasília
VEJA AS MARGENS DE ERRO, EM PONTOS PERCENTUAIS, PARA CADA GRUPO DA PESQUISA GENIAL/QUAEST:
– Escolaridade: até ensino fundamental (4), médio completo (3), superior completo (4)
– Renda: até 2 salários mínimos (4), de 2 a 5 (3), mais de 5 (4)
– Religião: católicos (3), evangélicos (4)
– Região: Sudeste (3), Nordeste (4), Sul (6), Centro-Oeste/Norte (8)
– Posicionamento político: lulista (5), esquerda não lulista (6), direita não bolsonarista (5), bolsonarista (6), sem posicionamento (6)