RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Após registrar deflação (queda) de 0,11% em agosto, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registrou inflação (alta) de 0,48% em setembro, apontam dados divulgados nesta quinta (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A taxa é a maior para o nono mês do calendário em quatro anos, desde 2021 (1,16%), mas veio abaixo da mediana das projeções do mercado financeiro, que era de 0,52%, segundo a agência Bloomberg. O intervalo das estimativas ia de 0,47% a 0,57%.

O avanço em setembro era aguardado devido ao fim do bônus de Itaipu. Esse desconto temporário na conta de luz de agosto havia influenciado a queda do IPCA na ocasião.

Em setembro, a energia elétrica residencial teve alta de 10,31%, puxando o índice geral. O impacto da conta de luz foi de 0,41 ponto percentual.

Em uma situação hipotética, se a energia fosse retirada dos cálculos, o IPCA teria sido bem menor, de 0,08%, conforme o IBGE.

Se de um lado a conta de luz pressionou, de outro o grupo alimentação e bebidas ajudou a segurar o índice. O segmento teve o quarto mês consecutivo de redução dos preços (-0,26%).

Com os novos dados, a inflação acumulada pelo IPCA acelerou a 5,17% nos 12 meses até setembro. A alta era de 5,13% nesse recorte até agosto.

O acumulado segue acima do teto de 4,5% da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central).

Em 2025, a instituição passou a perseguir o alvo de maneira contínua, abandonando o chamado ano-calendário (janeiro a dezembro).

No novo modelo, a meta é considerada descumprida quando o IPCA acumulado permanece por seis meses seguidos fora do intervalo de tolerância, que vai de 1,5% (piso) a 4,5% (teto). O centro do alvo é de 3%.

O índice estourou a meta contínua pela primeira vez em junho.

Na mediana, as projeções do mercado financeiro apontam IPCA de 4,8% no acumulado de 2025, conforme o boletim Focus, divulgado pelo BC na segunda (6).

A previsão passou por uma série recente de revisões para baixo, mas continuou acima do teto de 4,5% da meta de inflação.