(UOL/FOLHAPRESS) – Uma prática que vem ganhando popularidade entre os jovens de Nova York já provocou ao menos 11 mortes nos últimos dois anos na cidade. Para conscientizar a população dos riscos do “subway surfing” (surfe no metrô, em tradução livre), as autoridades locais recorreram a histórias em quadrinhos e parceria com rapper.
O desafio é conhecido entre os moradores. Apesar de existir há décadas, a prática foi impulsionada pelas redes sociais, em que os jovens, em sua maioria meninos, estimulam e desafiam uns aos outros.
A ideia do desafio é andar em cima do vagão do metrô enquanto o trem está em movimento. Em muitos casos, o resultado é compartilhado pelos participantes em seus perfis nas redes sociais. Para reduzir o espaço do desafio na internet, o Departamento de Transporte de Nova York pediu a remoção de vídeos sobre o assunto no YouTube, TikTok e Instagram no ano passado. Segundo a rede norte-americana CNN, mais de 10 mil vídeos relacionados ao subway surfing foram excluídos destas plataformas.
O subway surfing envolve diversos riscos, que podem ser fatais. Além da possibilidade de morrer por conta dos traumas causados pela queda em alta velocidade, os jovens podem ser esmagados entre o trem e as paredes do túnel e serem eletrocutados pelos trilhos de alta voltagem do metrô.
Segundo a agência de notícias Associated Press, seis pessoas morreram ao realizar o desafio em 2024, e outras cinco em 2023. De acordo com o Departamento de Polícia de Nova York, as prisões de supostos “surfistas de metrô” aumentaram para 229 no ano passado, contra 135 no ano anterior. A maioria dos envolvidos era menino com média de idade em torno de 14 anos. O mais novo, porém, tinha 9 anos.
No último sábado, duas meninas morreram enquanto faziam o desafio. Conforme a AP, as garotas, de 12 e 13 anos, estavam realizando o subway surfing e foram encontradas inconscientes próximas à estação da Avenida Marcy, no Brooklyn. Ambas foram declaradas mortas no local. O caso mobilizou as autoridades, em especial a MTA sigla em inglês para Metropolitan Transportation Authority, órgão que opera o sistema de transporte público de Nova York, incluindo o metrô.
É de partir o coração que duas meninas tenham partido porque, de alguma forma, achavam que andar do lado de fora de um vagão do metrô era uma brincadeira aceitável. Pais, professores e amigos precisam deixar claro para seus entes queridos: subir em um vagão do metrô não é ‘surfar’ é suicídio. Demetrius Crichlow, presidente da MTA, em comunicado
AUTORIDADES EM NY INOVAM PARA ALERTAR POPULAÇÃO
O governo local vem atuando em diferentes frentes para reduzir a incidência da prática. Uma das medidas adotadas é o uso de drones, que sobrevoam os vagões para flagrar eventuais pessoas em cima das composições. Em suas redes sociais, a MTA lançou a campanha “Ride inside, stay alive” (algo como “Fique dentro [do metrô], fique vivo”).
Como parte da divulgação, histórias em quadrinhos foram elaboradas. Na ilustração abaixo, por exemplo, a mãe de um jovem recebe uma ligação da polícia para informar que o filho estava ferido. Ao chegar na cena, ela vê que o garoto “não sobreviveu à queda” ao “surfar” o metrô.
Uma publicação compartilhada por MTA (@mta)
Para alcançar ainda mais o público jovem, a cantora Cardi B foi convidada para participar de uma campanha com o MTA. A rapper, que tem mais de 163 milhões de seguidores no Instagram, gravou diferentes anúncios que serão reproduzidos nas estações de metrô de Nova York. Entre os avisos, Cardi B pede aos passageiros que usem o transporte com segurança, permanecendo dentro do vagão. Assista abaixo (em inglês):